Arequipa: terra de vulcões

Em Arequipa, não é necessário fazer longas viagens ou caminhar durante horas para descobrir um vulcão no horizonte. Isso acontece na cidade, nos povoados de altitude da região e até mesmo nas estradas que levam a dois dos cânions mais profundos do planeta.

A observação é tão simples que você só precisará levantar o olhar enquanto caminha pela “Cidade Branca” ou encostar o rosto na janela do ônibus que te leva aos cânions do Colca ou Cotahuasi para ver uma montanha imponente, vulcânica, sagrada ou admirar uma cadeia de picos cobertos de neve.

De longe ou de perto. A escolha é sua. Você se contenta em vê-los de um mirante ou prefere os desafios? Caminhar até suas encostas e conquistar seus picos são opções tentadoras para quem busca aventuras intensas e quer se recarregar com a energia das montanhas de Arequipa.

Há tanto para ver e fazer no Misti, o apu da “Cidade Branca”, no Ampato, onde foi encontrada a múmia Juanita, e no Coropuna, o vulcão mais alto do país. Mas não são os únicos picos, há muitos mais que te “acompanharão” nas suas idas e vindas pelos caminhos desta região do sul peruano.

Antes de viajar para a Arequipa vulcânica, te daremos informações sobre as montanhas que você verá – ou escalará – nas suas próximas férias no Peru:

Vulcões de Arequipa: entre o fogo e a neve

Misti, símbolo da cidade

Mais do que um vulcão, o Misti é o símbolo de Arequipa, a tal ponto que os nascidos nesta cidade de sillar são chamados de “mistianos”. Além disso, diz-se que o caráter decidido e rebelde dos filhos da “Cidade Branca” tem uma origem “vulcânica”, em referência à sua montanha tutelar.

Verdade ou mentira, o fato é que durante suas excursões urbanas, o Misti será uma imagem constante. Você o verá no Centro Histórico, nos povoados da região rural e na sua visita às pedreiras de sillar, a pedra vulcânica utilizada nas construções coloniais mais representativas de Arequipa.

Admirado desde tempos pré-hispânicos, ao redor de seu cratera foram encontradas evidências de rituais que incluíam sacrifícios.

Com uma altura de 5822 metros, a icônica montanha está a 17,5 quilômetros a nordeste da cidade. Localizado dentro dos limites da reserva nacional de Salinas e Aguada Blanca, o Misti é um vulcão ativo que, esporadicamente, emite fumarolas de seu cratera, por isso é constantemente monitorado.

Se você deseja viver uma experiência incomparável em Arequipa, encoraje-se a escalar o Misti. Não é necessário ser um experiente montanhista para chegar ao topo. O desafio está lançado. ¡Um vulcão está te esperando!

Chachani, gigante adormecido

É o vulcão de 6000 metros mais acessível do mundo e seu clima é favorável durante todo o ano. Quer escalar? Ainda tem dúvidas? Vamos te dizer algo mais: basta ter uma boa condição física e muito entusiasmo para alcançar seu cume.

Já sabe. Se você quer conquistar um dos vulcões que “se deixam ver” da “Cidade Branca”, pense no Chachani. A experiência é altamente recomendável e temos certeza de que você nunca a esquecerá.

Localizado a 23 quilômetros ao norte de Arequipa e com uma altura de 6075 metros, o Chachani é, segundo os especialistas, um vulcão adormecido que despertará suas ansias e sonhos de aventureiros.

Pichu Pichu: vulcão emblemático

Assim como o Misti e o Chachani, o Pichu Pichu é visível da cidade, completando o trio de montanhas que dá a Arequipa um caráter especial. Com uma altura de 5664 metros, o Pichu Pichu, cujo nome pode ser traduzido como “muitos picos” em espanhol, é considerado inativo.

Localizado a 32 quilômetros da cidade, sua composição geológica é dominada por lavas andesíticas, que conferem uma tonalidade marrom à sua superfície, criando um efeito visual único.

Em uma de suas cimas, há uma plataforma cerimonial onde os antigos realizavam rituais e deixavam ofertas. Uma evidência adicional da relação próxima, especial e respeitosa das civilizações ancestrais com as montanhas e a natureza.

O Pichu Pichu não apresenta grandes dificuldades para a escalada, por isso explorá-lo é uma boa alternativa. Seja cauteloso e procure a orientação de um operador confiável e especializado.

Sabancaya, línguas de fogo

É o mais jovem e acessível dentro do complexo vulcânico Sabancaya-Hualca Hualca-Ampato. Localizado na província de Caylloma, a 70 quilômetros a noroeste de Arequipa, seu nome em quechua significa “língua de fogo”.

É provável que sua denominação esteja relacionada aos seus processos eruptivos, pois é o único vulcão do complexo que tem demonstrado sua fúria desde tempos imemoriais (a primeira erupção ocorreu há 10.000 anos). Além disso, sua atividade foi intensa entre 1986 e 1998, e também nos anos 2000, 2003 e em novembro de 2016.

Por estar ativo, o Sabancaya (5960 m) é estudado e monitorado rigorosamente pelas autoridades regionais e nacionais.

Ampato, o nevado de Juanita

É o segundo vulcão mais alto de Arequipa, com 6288 metros. Um gigante inativo e pacífico na cordilheira do mesmo nome, que abrigou durante séculos em sua superfície congelada o corpo momificado de uma menina que foi sacrificada aos deuses antigos.

Juanita, a “Dama ou Menina de Ampato”, foi encontrada em setembro de 1995. Sua descoberta gerou um impacto mundial, especialmente entre os arqueólogos, além de permitir que o nome deste vulcão da província de Caylloma fosse conhecido além das fronteiras nacionais.

Localizado a 80 quilômetros a noroeste da cidade de Arequipa, o Ampato faz parte de um complexo vulcânico que inclui outros dois gigantes: o Sabancaya e o Hualca Hualca.

Se deseja explorá-lo ou escalá-lo, tenha em mente que esta montanha é relativamente acessível até os 6000 metros. Acima disso, será necessário ter equipamento especializado e alguma experiência como alpinista.

A múmia Juanita

Nas encostas nevadas do Ampato, o arqueólogo de montanha Johan Reinhard e o alpinista arequipeño Miguel Zárate descobriram uma múmia incaica que, devido ao seu excelente estado de conservação, permitiu expandir o conhecimento sobre os rituais e práticas religiosas das civilizações andinas.

Juanita foi oferecida aos deuses antigos quando tinha entre 12 e 15 anos. O notável estado de conservação de seu corpo e de suas finas vestimentas deve-se exclusivamente às condições climáticas da montanha. Diferente dos egípcios, os incas não realizaram nenhum processo prévio de mumificação.

Desde sua descoberta em 1995, um grupo de cientistas peruanos e poloneses conseguiu recriar digitalmente — através de escaneamentos e análises de DNA — o rosto de Juanita, a múmia pré-hispânica que desafia a eternidade no Museu Santuários Andinos da Universidade Católica Santa Maria de Arequipa.

Coropuna, o mais alto do Peru

O primeiro e o terceiro. São essas duas condições que este vulcão inativo do distrito de Salamanca, na província de Condesuyos, ostenta. E antes que você comece a pensar que este texto de viagem se transformou em um exame ou enigma, daremos a resposta.

É bem simples. Os 6377 metros do Coropuna o tornam o vulcão mais alto do Peru e, ao mesmo tempo, a terceira montanha mais alta do país, superada apenas pelos nevados Huascarán (6768 m) e Yerupajá (6634 m).

O majestoso Coropuna é um destino exclusivo para os amantes de trekking e alpinismo. Se você é um deles, recomendamos ser cauteloso e contratar os serviços de um operador especializado, pois as vastas camadas de gelo nas encostas do vulcão geram perigosos fluxos de lama.

Assim como outros apus andinos, o aquecimento global acelera o recuo de sua camada glacial. Essa situação coloca em risco o fornecimento de água para dezenas de milhares de pessoas que dependem dos rios e córregos alimentados pelo Coropuna.

Hualca Hualca, a origem de um povo

As lendas dos cabanas, um dos povos pré-incas do vale e do cânion do Colca (província de Caylloma), mencionam um vulcão como a origem de seu povo, de sua cultura.

Desse vulcão vieram. E até hoje, os descendentes dos cabanas honram e respeitam essa montanha, que é o Hualca Hualca (6025 m), uma das cumbres que você verá e se deslumbrará ao visitar as altitudes e profundidades do Colca, um dos principais atrativos da região de Arequipa.

Localizado a 165 quilômetros da “Cidade Branca”, o Hualca Hualca é o vulcão mais antigo da área e, embora esteja inativo, uma série de fenômenos gerados por sua proximidade com o Sabancaya despertam o interesse dos geólogos.

Mas eles não são os únicos interessados. Viajantes, como você, sempre se sentirão atraídos por esta montanha lendária.

Solimana, um monumento geológico

Este vulcão inativo, com 6093 metros de altura, é uma “joia” para os estudiosos das ciências da Terra, pois é considerado um monumento geológico extinto. Sua última erupção teria ocorrido há 500.000 ou 300.000 anos. Esta erupção foi tão poderosa que ajudou a definir o espaço geográfico atual.

O Solimana está localizado nas províncias de La União (distritos de Toro e Cotahuasi) e Condesuyos (distritos de Chichas e Salamanca). Se você visitar o cânion de Cotahuasi, um dos mais profundos do planeta, terá vistas extraordinárias deste vulcão arequipeño.

Recomendações viajera

  • A temporada seca (de abril a dezembro) é a melhor para explorar os vulcões de Arequipa.
  • Antes de escalar, pesquise e faça um plano de ação. Isso permitirá que você conheça a altitude, a dificuldade da rota, as condições climáticas, as vias de subida, entre outros detalhes importantes.
  • Acostume-se à altitude antes de começar sua aventura. Não cometa o erro de iniciar uma expedição se seu corpo não estiver adaptado à altura.
  • Use botas, roupas e mochila de montanha, bastões de caminhada e, se necessário, equipamentos especializados (capacete, arnês, cordas e crampons).
  • A segurança deve ser sua prioridade. Recomendamos contratar os serviços de um operador local ou guia especializado. Siga suas orientações e respeite as sinalizações e advertências ao longo do caminho.
  • Leve água e comida energética suficientes para a sua jornada. Opte por alimentos leves, mas nutritivos. Não se esqueça de se hidratar constantemente durante a subida.
  • Seja cuidadoso com a natureza e o meio ambiente. Não deixe lixo ou resíduos. Siga as normas locais e respeite a vida selvagem. Ajude a preservar a beleza e a integridade da paisagem para as gerações futuras.
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