Surfe no Peru: paixão sobre as ondas

Se você é fascinado pelo mar, se é apaixonado por surf e aventuras oceânicas, e se sonha com um destino de praias surpreendentes e pontos de fama mundial, chegou o momento de planejar sua viagem ao Peru, um país onde pegar ondas é muito mais do que um esporte. É cultura, tradição e motivo de orgulho.

O extenso litoral peruano é um cenário magnífico para surfar em qualquer época do ano. E tem mais: se o seu destino for Lima, a única capital sul-americana com vista para o mar, você poderá surfar a qualquer hora do dia nas praias próximas e acessíveis da Costa Verde.

Se isso ainda não é suficiente para te convencer a visitar nossa faixa costeira desértica, saiba que a onda de Pico Alto em Punta Hermosa (uma praia ao sul de Lima) é uma das melhores Big Waves do continente.

Mais informações: você sabia que a onda esquerda mais longa do planeta se forma de abril a outubro em Chicama (região de La Libertad) e que sua extensão supera os dois quilômetros? E que as ondas agressivas e desafiadoras de Máncora (região de Piura) atraem surfistas de diferentes nacionalidades?

Apenas alguns detalhes que mostram que o Peru é um destino de areia e mar, porque, como diz uma canção popular, em “essas terras do inca que o sol ilumina porque Deus manda”, desafiar as ondas é uma prática que remonta aos tempos lendários das grandes civilizações pré-hispânicas.

Venha, anime-se a surfar no mar peruano, onde você viverá uma experiência radical, intensa e inesquecível. Temos certeza disso. Esperamos por você!

Ondas de História

Os surfistas locais têm orgulho em contar que nas praias do norte do Peru as ondas são surfadas há muito antes das pranchas modernas chegarem ao clube Waikiki de Lima, por influência de seu fundador, o saudoso Carlos Dogny Larco.

Foi em 1942 que os pioneiros do surfe começaram a chamar a atenção dos veranistas da capital. Aos poucos, a nova atividade ganhou adeptos, tanto que em 1950 foram realizados os primeiros campeonatos no mar peruano.

A habilidade dos surfistas nacionais ganhou reconhecimento global em 1965, quando Felipe Pomar venceu o World Surfing Championships. Esse foi o primeiro passo na cadeia de triunfos obtidos por nossos representantes em diversas competições.

Com o passar dos anos, a paixão dos atletas os levou a explorar novos picos. Esse movimento foi vital para a divulgação da atividade e o desenvolvimento turístico dos destinos costeiros.

Essa é uma parte da história. Há outra muito mais antiga que navega entre o mito e a lenda para explicar a origem de dois povos pré-incas da costa norte do Peru, que se desenvolveram entre os anos 750 e 1400 da nossa era.

A lenda conta que Naylamp e Tacaynamo, os fundadores das culturas lambayeque e chimú, navegaram pelo Pacífico em balsas feitas de totora, uma planta aquática que cresce em pântanos e lagoas da costa e serra do Peru.

Desde então, os descendentes daqueles personagens mantêm a tradição de “tecer” suas embarcações, chamadas de caballitos de totora pelos conquistadores espanhóis. Por sua relevância milenar, são parte do Patrimônio Cultural da Nação desde 27 de agosto de 2003.

Se na sua visita ao Peru você seguir como surfista viajante para as praias de Huanchaco (região de La Libertad) e Pimentel (região de Lambayeque), verá os pescadores “cavalgar” como fizeram Naylamp e Tacaynamo.

Eles posicionam suas pernas de cada lado da embarcação para “correr” sobre as ondas, aproveitando a proa curva e pontiaguda de seus “cavalos aquáticos”. Você se animaria a navegar neste remoto predecessor das pranchas modernas?

As Estrelas do Surf Peruano

Com tanto mar e boas ondas, não é por acaso que os surfistas peruanos se destacam nas competições continentais e mundiais de surfe.

Seus sucessos são motivo de orgulho nacional e um poderoso incentivo para que crianças e jovens se animem a praticar este esporte, com a esperança de representar o país em todos os mares e oceanos do planeta.

Por essa e outras razões, no Peru você surfará em um mar de vencedores, em um mar que consolidou a destreza e a técnica dos seguintes atletas:

  • Felipe Pomar, o campeão lendário: Pioneiro e incansável difusor do surfe no Peru, escreveu seu nome na história ao se tornar o primeiro latino-americano a ganhar o World Surfing Championships. Sua conquista em 1965 será lembrada para sempre e serve de inspiração para as novas gerações.
  • Sofía Mulánovich, a rainha do mar: Em 2004, la gringa, como também é conhecida, foi a primeira peruana e latino-americana a ganhar o título mundial na categoria feminina do World Surfing Championships. Atleta olímpica em Tóquio 2020, sua trajetória de sucesso motiva meninas a surfar, com a esperança de se tornarem profissionais.
  • Gabriel Villarán, o mestre das Big Waves: É um buscador de ondas grandes, onde testa sua coragem e valentia. Respeitado no mundo do Big Wave Surfing, Villarán é também vice-campeão mundial ISA Billabong (2010) e bicampeão latino-americano da Associação Latino-Americana de Surfistas Profissionais (ALAS) (temporada 2005—2006).
  • Lucca Mesinas, nascido para surfar: Pode-se dizer que ele surfa desde o berço. A razão é que Lucca nasceu em 1996 em Máncora, um dos renomados destinos costeiros do Peru. Em sua carreira esportiva, destacam-se as medalhas de ouro obtidas nos Jogos Pan-americanos de Lima 2019 e Santiago 2023. Ele também conquistou o quinto lugar nas Olimpíadas de Tóquio 2020.
  • Miguel Tudela, o melhor da América do Sul: Suas brilhantes participações nos torneios da World Surf League (WSL) o tornam uma das figuras de destaque do surfe nacional. Na temporada 2022—2023, Tudela foi o campeão sul-americano da WSL Latinoamérica, sendo o primeiro atleta nacional masculino a conquistar esse título.

Onde surfar no Peru

As ondas de Lima

Makaha

É ideal para começar sua aventura na costa peruana e experimentar suas primeiras emoções no Pacífico. Próxima e acessível a partir do Centro Histórico de Lima, Makaha é uma praia com ondas consistentes e adequadas para surfistas de diferentes níveis.

Quando visitar esta praia no turístico distrito de Miraflores, converse com os surfistas locais e deleite-se com a gastronomia nos restaurantes próximos. Caso falte algum equipamento, não se preocupe. Você encontrará lojas especializadas com tudo o que precisa para entrar no mar.

La Herradura

Outro dos pontos favoritos dos surfistas da Costa Verde, como são chamadas as praias da baía de Lima. Dizem os mais antigos que em La Herradura se reuniam os jovens pioneiros que buscavam uma dose extra de adrenalina no verão (dezembro a março).

Desde então, sua onda longa e potente é uma excelente opção em qualquer época do ano. Uma razão poderosa para explorar esta praia no distrito de Chorrillos, localizada a 19 quilômetros do Centro Histórico de Lima.

Não se preocupe com a distância. O balneário é muito conhecido e você não terá problemas para chegar. No final do dia, recomendamos premiar seu esforço em um dos restaurantes que dão sabor a La Herradura.

Punta Rocas

Se você quer se sentir como um dos pioneiros do surfe moderno no Peru, visite esta praia com ondas consistentes e potentes, localizada a 45 quilômetros ao sul do Centro Histórico de Lima.

As ondas de Punta Rocas (no distrito limeño de mesmo nome) foram uma das primeiras onde os surfistas nacionais e estrangeiros começaram a competir na década de 60 do século passado.

Essa condição se mantém até hoje. Inúmeros torneios e campeonatos locais e internacionais têm como sede esta praia emblemática, onde as ondas quebram nas rochas.

Punta Hermosa

Desde ondas suaves e acessíveis até temíveis ressacas de sete e oito metros em Pico Alto. Isso é o que você encontrará em Punta Hermosa, um destino excepcional a 42 quilômetros ao sul de Lima. Aqui, surfistas iniciantes e aqueles que buscam os desafios extremos do Big Wave Surfing compartilham experiências.

Em Punta Hermosa, você não apenas desfrutará das ondas do Pacífico, mas também poderá praticar outras atividades oceânicas, como natação em mar aberto e snorkel.

Se você quiser passar a noite neste destino, não terá problemas. A oferta de acomodações e restaurantes é variada e diversa.

Surfar no norte

Chicama

Se você quer surfar na onda esquerda considerada a mais longa do mundo, deve seguir para Chicama ou Malabrigo, um ponto de classe mundial localizado a 30 quilômetros ao norte de Trujillo, a capital da região de La Libertad.

“As ondas chicaneras” são consistentes e se estendem por mais de dois quilômetros quando as condições climáticas são ideais. Se deseja viver uma grande experiência no mar do norte do Peru, visite Malabrigo entre abril e outubro. Essa é a melhor temporada para surfar a longa e famosa esquerda de Chicama.

Neste destino ideal para surfistas nacionais e estrangeiros, você encontrará acomodações e vários restaurantes, onde poderá saborear a deliciosa gastronomia marinha, além de compartilhar experiências e histórias com outros surfistas.

Lobitos

Antes de se tornar um destino de areia e mar, Lobitos foi um acampamento para trabalhadores da indústria petrolífera. Dessa época de esplendor (1900 a 1968) restam algumas casas de pinho oregon, que conferem um charme especial ao vilarejo.

Com ondas consistentes e água gelada (devido à corrente de Humboldt), Lobitos é especial por suas quebras. Aqui, além de se divertir na sua prancha, você poderá praticar kitesurfing.

Devido à sua proximidade com Piura, a capital regional (70 km ao sul) e Máncora (58 quilômetros ao norte), Lobitos é uma excelente alternativa, especialmente se você busca tranquilidade e boas ondas.

Máncora

Sol, praias de areia branca, águas transparentes, ondas espetaculares e uma animada vida noturna são as atrações de Máncora, um antigo vilarejo de pescadores transformado em um ícone turístico que recebe viajantes de diversas nacionalidades.

Não importa se você não sabe surfar. Em Máncora, há várias escolas especializadas onde você aprenderá os princípios básicos dessa atividade.

Então, não há desculpas. Planeje sua viagem para este distrito da província de Talara, localizado a 181 quilômetros de Piura, a capital regional. A viagem de carro leva três horas.

Por ser um destino em constante crescimento, você terá a possibilidade de escolher entre uma grande variedade de hotéis, restaurantes, boates e negócios relacionados ao surfe, além de outras atividades marítimas que tornarão sua estadia nesta joia do Pacífico ainda mais agradável.

Aventura en el sur

La Isla

Suas ondas longas e consistentes são perfeitas para surfistas de nível intermediário ou avançado que buscam aprimorar suas habilidades em uma praia longe das multidões.

Com suas águas claras e sua paisagem impressionante, La Isla é a escapada perfeita para surfar em Camaná, uma das províncias costeiras da região de Arequipa, uma terra de vulcões e profundos cânions.

A viagem de carro a partir da “Ciudad Blanca” de Arequipa, a capital regional, leva aproximadamente três horas.

Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

Puno: 10 atrações turísticas imperdíveis

O lago, as ilhas, a fé, as danças, a altitude… e também o frio. Traços de um destino que é um passado lendário, cultura viva, natureza indomada e devoção expressa em procissões e preces, com música e dança.

Puno, a “Cidade Lacustre”, a “Capital Folclórica do Peru”, o destino desafiador a 3.800 mamsl , que, junto com Cusco e Arequipa, faz parte do chamado circuito sul, uma rota turística que atrai, surpreende e fascina centenas de milhares de turistas de todos os continentes.

Então, o que você está esperando? Pegue suas malas, retire a mochila do armário e aventure-se em Puno; mas, antes de partir, inclua no seu itinerário os 10 lugares que recomendamos. Visite-os!… Você vai adorar!

1. Explorar o lago Titicaca

Contemple o pôr do sol, navegue em uma balsa de totora, explore as ilhas dos Uros, Taquile ou Amantaní e ouça a lenda de Manco Cápac e Mama Ocllo —os fundadores do Império Inca—, são algumas das atividades que vão te emocionar no lago navegável mais alto do mundo.

O Titicaca —cuja soberania é compartilhada entre Peru e Bolívia— é o coração do altiplano. Em Puno, não tem como ignorá-lo. Ele está ali, sempre ali, capturando olhares e atraindo visitantes que não resistem à tentação de navegar em suas águas intensamente azuis.

Com uma extensão de 8372 km², o lago é mais do que uma atração turística. É vida, energia, história e o lar de quechuas, aimarás e mestiços, mas também de viajantes que, além das ameaças do soroche (mal de altura), são acolhidos pela cordialidade de seus anfitriões, os filhos do Titicaca.

2. Descobrir as Ilhas dos Uros

Ilhas inventadas, ilhas “tecidas” nas lendárias águas do Titicaca, onde os descendentes de um povo ancestral constroem ilhas e arquipélagos, casas e balsas com totora, uma planta aquática resistente.

Essa é a herança dos Uros, “um povo originário localizado na baía de Puno, cuja população majoritária se estabeleceu durante séculos em enormes balsas de totora chamadas ilhas flutuantes…”, como explicado na Base de Dados de Povos Indígenas do Ministério da Cultura do Peru.

Habilidosos pescadores, caçadores de aves e artesãos, os Uros preservam suas tradições e mostram aos viajantes seu pequeno mundo de totora no lago navegável mais alto do mundo.

3. Admire a arte têxtil de Taquile

Uma ilha onde a tecelagem é uma arte desde os tempos pré-hispânicos. Uma comunidade quechua onde a solidariedade é a base das relações sociais. Um destino acolhedor, pitoresco e vivencial com vistas memoráveis do lago Titicaca.

Em Taquile, você verá os homens tecendo com pequenos bastões nas portas de suas casas ou na praça comunal. Também os encontrará em ambos os lados da longa escadaria de pedra que liga a margem do lago à tranquila zona urbana.

Isso sim, suba ou desça com calma os seus 567 degraus. Lembre-se de que a ilha está a 3.950 mamsl e, se você se cansar demais, não terá forças para visitar os ateliês onde são oferecidos suéteres, cachecóis, chullos (os chapéus típicos dos Andes) e os esplêndidos cintos-calendários.

Largos e vistosos, os tecelões representam em seus cintos motivos iconográficos que ilustram a história e as tradições orais da ilha, os quais estão relacionados com os rituais e atividades agrícolas realizadas durante o ano.

4. Pernoctar em Amantaní

Tu esfuerzo será recompensado con visiones espectaculares del lago Titicaca. Ten lista la cámara y fija tu objetivo en el horizonte lacustre, donde resaltan las cumbres nevadas de la cordillera Real (Bolivia).

Compartilhar a vida cotidiana dos habitantes desta ilha do Titicaca é uma experiência intensa de aprendizado sobre a cultura, o cotidiano e a forma de ver o mundo dos homens e mulheres quechuas.

Agricultores e pescadores, os moradores de Amantaní — a segunda maior ilha do lago Titicaca — oferecem aos turistas uma experiência imersiva. Eles te receberão com carinho e amabilidade em suas casas. Então, por uma ou mais noites, você fará parte da família deles.

Em Amantaní (a 3.800 mamsl), você deve caminhar até os cerros cerimoniais de Pachamama e Pachatata, onde existem vestígios arqueológicos e ainda se realizam cerimônias de tributo à mãe terra.

Seu esforço será recompensado com vistas espetaculares do lago Titicaca. Tenha a câmera pronta e foque no horizonte lacustre, onde se destacam os picos nevados da cordilheira Real (Bolívia).

5. Conhecer a necrópole de Sillustani

Por que…? é a pergunta que você fará ao olhar para as enormes chullpas (torres funerárias de pedra) erguidas pelos collas, um povo do altiplano anterior aos incas, para honrar e lembrar seus poderosos governantes.

Por que…? você continuará se perguntando ao perceber que são muitas (91 no total), que várias têm forma de cone invertido e que a maior delas atinge 12 metros de altura, sendo conhecida como a chullpa lagarto, por ter esculpida a figura de um réptil.

Sillustani é uma área arqueológica a 34 km de Puno, onde a morte se transformou em eternidade através das colossais chullpas e da beleza geográfica do local. Você perceberá isso ao descobrir a deslumbrante lagoa Umayo.

6. Percorrer as ruas de Puno

Antes ou depois de navegar pelo lago Titicaca ou de visitar as chullpas de Sillustani, você deve reservar um tempo para explorar as ruas de altitude de Puno, a capital da região com o mesmo nome.

Um bom ponto de partida é a Praça de Armas da “Cidade Altiplânica”, onde está localizada a Catedral Basílica de San Carlos de Borromeo. De estilo barroco e influências indígenas, o templo foi construído entre 1669 e 1757.

Perto da praça, você encontrará a casa colonial com a destacada varanda do conde de Lemos — a mais antiga da região — e o Museu Municipal Carlos Dreyer, que em suas oito salas abriga importantes coleções que farão você viajar pela história nacional e regional.

O passeio pode se estender aos mirantes do cerrito Huajsapata e Puma Uta, que oferecem vistas panorâmicas da cidade. E, se você deseja sentir o pulsar comercial de Puno, visite o colorido e variado Mercado Central, onde é quase obrigatório experimentar o ceviche de truta e outros pratos regionais.

7. Celebrar a Virgem de Candelária

A maior festa do altiplano peruano é celebrada em Puno em honra à Virgem de Candelária. Milhares de dançarinos e músicos “tomam” as ruas da cidade, criando um espetáculo de fé, cor e movimento com seus passos rítmicos e trajes deslumbrantes.

Em fevereiro, Puno reza e dança, também brinda pelos milagres concedidos pela Mamacha Candelária, em uma festa que une religiosidade e diversas expressões culturais da “Capital Folclórica do Peru”.

Os concursos e as procissões de veneração à virgem — cuja imagem está no templo de San Juan — são os momentos principais de uma celebração católica que, pela sua alegria e fervor, parece um carnaval interminável.

8. Relaxar em Capachica

Descanso, boa comida e até uma praia paradisíaca —sim, uma praia no lago navegável mais alto do mundo— são alguns dos atrativos da península de Capachica, localizada a 62 quilômetros de Puno.

Embora muitos não se animem a dar um mergulho na praia Chifrón, todos aproveitam sua areia fina, a tranquilidade relaxante e a beleza cênica. Aqui, as águas do Titicaca são irresistíveis e você vai querer navegar nelas nos barcos que partem das iniciativas turísticas sustentáveis.

Aproveite sua visita a Capachica para comprar artesanato local e provar os melhores pratos da gastronomia de Puno. Além disso, observe com atenção as vestimentas típicas dos seus anfitriões, que são bastante chamativas.

9. Visitar o Templo da Fertilidade

Na província de Chucuito (a 18 quilômetros da cidade de Puno) há uma zona arqueológica com características únicas no Peru. Seu nome é Inka Uyu, e sua peculiaridade são as 20 esculturas fálicas que se conservam em seu interior.

Sim, falos de pedra em um recinto pré-hispânico que gera debate e controvérsias sobre sua finalidade. Foi realmente um templo associado à reprodução e fertilidade ou, como indica a palavra aimara (uyu): o lugar ou o pátio do inca?

Além das interpretações, visitar Inka Uyu e conhecer Chucuito, a “Cidade das Cajas Reais”, é sempre uma boa decisão. A cidade encantará você com suas ruas de paralelepípedos, sua arquitetura colonial e suas vistas panorâmicas do lago Titicaca.

10. Subir ao mirante Kuntur Wasi

Se você deseja ter uma visão privilegiada de Puno e do lago Titicaca, precisará superar os 620 degraus do mirante Kuntur Wasi, cujo nome em quechua significa a Casa do Condor.

A 3.990 mamsl e a 2 quilômetros do centro de Puno, este impressionante mirante destaca-se pela escultura metálica de um condor, uma ave mitológica de grande importância na cosmovisão dos povos andinos.

Se sua condição física permitir, aproveite a visita para explorar outras rotas próximas que mostrarão a cidade e o lago de diferentes perspectivas. Todas impactantes. Todas inesquecíveis.

Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

Mal de altitude: o que fazer para evitar?

O mal de montanha agudo, também conhecido como soroche ou mal de altitude, não é um mito nem uma lenda urbana criada para assustar os viajantes que exploram os destinos turísticos do Peru, situados a milhares de metros acima do nível do mar.

Às vezes, dores de cabeça, náuseas, tontura e dificuldade para respirar, entre outros sintomas, “recepcionam” os turistas que percorrem nosso país de cordilheiras.

Se você é um deles, não tenha medo. Esses desconfortos não deveriam estragar suas férias. Lembre-se de que, na maioria das vezes, os sintomas desaparecerão quando seu corpo se adaptar à altitude.

Mas como viajantes precavidos valem por dois, oferecemos uma série de dicas que ajudarão a prevenir ou diminuir os efeitos do soroche. Assim, você poderá aproveitar ao máximo seus dias em Cusco, Puno ou Arequipa, entre outras cidades de altitude.

Peru, destino de altitude

Se o seu itinerário em nosso país inclui Cusco, tenha em mente que a Plaza de Armas da histórica capital incaica está a 3.399 mamsl.

Os níveis de altitude variam dentro da cidade e também nos diversos pontos turísticos próximos, como a montanha Vinicunca, que ultrapassa os 5.000 mamsl, e a lagoa Humantay, a 4.200 mamsl.

Um conselho simples para contrabalançar o mal de altitude é evitar as áreas muito altas nos primeiros dias da sua viagem. Por exemplo, antes de visitar Cusco, passe alguns dias em uma cidade intermediária, como Arequipa (2.335 mamsl), para que seu corpo se adapte às mudanças.

Aplique a mesma lógica se o seu itinerário incluir as montanhas andinas ou outros lugares de grande altitude, como a cidade de Puno e as ilhas do lago Titicaca.

O que é o mal de altitude?

O primeiro que você deve saber é que ninguém está livre desse mal. Até os montanhistas experientes estão expostos a senti-lo. Inclusive, os nascidos em regiões de alta altitude podem ser “vítimas” do soroche quando retornam à sua terra depois de passar vários dias em regiões de baixa altitude.

E embora ninguém esteja completamente livre, a verdade é que a maioria dos viajantes não é afetada pelo mal ou apresenta sintomas muito leves. Então, não se preocupe demais. Lembre-se de que uma excelente receita para se sentir bem é pensar o menos possível no mal de altitude.

Se você está em boa saúde, tem uma condição física adequada e toma certas precauções (mais adiante daremos várias dicas), é muito provável que seu corpo se adapte sem maiores problemas.

Mas, o que é exatamente o soroche? A resposta é simples: é uma condição que surge quando visitamos áreas de grande altitude sem uma adaptação prévia. Isso faz com que nosso corpo não responda de maneira adequada à menor disponibilidade de oxigênio no ar.

Quais são os sintomas do mal de altitude?

Antes de começar suas férias no Peru, é importante que você conheça os sintomas mais comuns do soroche. Assim, você poderá detectá-los rapidamente e tomar as medidas necessárias para se recuperar o mais rápido possível.

Se você apresentar um ou vários desses sintomas, é muito provável que tenha “sofrido” com a altitude, como costuma-se dizer no Peru:

  • Dor de cabeça leve ou severa.
  • Fraqueza, cansaço e fadiga generalizada.
  • Tontura e sensação de vertigem. Se você tiver esses sintomas, evite excursões e fique em seu alojamento.
  • Dificuldade para respirar e sensação de falta de ar ao caminhar.
  • Desconfortos estomacais, como sensação de peso e náuseas.
  • Perda de apetite. Isso pode causar um déficit de nutrientes valiosos para o seu organismo.
  • Insônia. As dores de cabeça e a sensação de falta de ar geram desconforto na hora de adormecer.

As primeiras horas na altitude são decisivas. Recomendamos que você descanse ao chegar, coma alimentos leves e mantenha-se hidratado. Se, apesar disso, o soroche te afetar fortemente, procure atendimento médico especializado.

O que origina o mal de altitude?

Tudo tem uma razão e um porquê. No caso do mal de altitude agudo, os cientistas explicam que em zonas de alta altitude a pressão atmosférica diminui, o que significa que há menos moléculas de oxigênio no ambiente.

Mas como essa diminuição te afetará? A resposta é simples: ao respirar, entrará uma menor quantidade de moléculas de oxigênio no seu corpo, o que desencadeará uma série de desconfortos.

Se a mudança de altitude for muito rápida — pensemos em um voo de Lima para Cusco — seu corpo não terá tempo suficiente para se adaptar à redução do oxigênio, aumentando a possibilidade de você se tornar uma “vítima” do soroche.

Outro aspecto a considerar é que algumas pessoas são mais suscetíveis ao mal de altitude, devido a diferenças individuais ou antecedentes de doenças pulmonares ou cardíacas.

Se você tem alguma condição especial, consulte seu médico antes de sair de férias.

Quais são os fatores de risco?

Há vários fatores que aumentam o risco de sentir os desconfortos do soroche. Os principais são os seguintes:

  • Se você vive na costa ou em áreas de baixa altitude (abaixo de 900 mamsl), seu organismo não está acostumado ao ar da altitude, aumentando o risco de sofrer com os sintomas do soroche.
  • Se você realiza atividades físicas intensas (como caminhadas ou escaladas), seu corpo demandará mais oxigênio. Mas, como seu organismo não está aclimatado, é muito provável que você sinta os efeitos da altitude.
  • A falta de hidratação e de nutrientes adequados enfraquecerá seu corpo, tornando-o mais suscetível aos efeitos adversos da altitude.
  • Se você tem uma doença cardíaca ou respiratória, estará mais exposto a sentir a gravidade do soroche.
  • Se não estiver aclimatado à altitude, evite o consumo excessivo de álcool e as noites muito longas. Brindes exagerados e falta de descanso são “co-conspiradores” do mal de altitude.

O que devo fazer para prevenir o soroche?

  • Tome um Sorojchi Pills ou outro medicamento similar antes de começar sua viagem para áreas de alta altitude. Esses medicamentos são ideais para evitar os sintomas, pois estimulam e melhoram a oxigenação do corpo.
  • Consuma mate com folhas de coca. Esta bebida tradicional fornecerá energia, reduzirá o cansaço e ajudará a aliviar os sintomas do soroche.
  • Hidrate-se. A água é fundamental para prevenir ou controlar os sintomas característicos do mal de altitude.
  • Descanse e durma o máximo possível até que seu corpo se aclimate. Noites mal dormidas podem agravar os sintomas do mal de altitude.
  • Evite álcool e cafeína. Ambas as substâncias contribuem para a desidratação.
  • Não exagere nas refeições. Em altitudes elevadas, a digestão é mais lenta, portanto, é recomendável comer de forma leve e evitar alimentos gordurosos.
  • Lembre-se de que a aclimatação é um processo gradual. Seja cauteloso em suas atividades até que você se sinta completamente bem.
Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

Peru: 10 festas que você nunca vai esquecer

O Peru é uma festa, um ritual de raízes ancestrais, uma procissão de santos e virgens. O Peru é uma escola de samba de carnaval, um casal que se apaixona ao dançar e até um grupo de diabos que dança para agradecer a Deus por um milagre.

O Peru é um tributo à terra, é uma vela acesa e oração, é música, cor e movimento. O Peru é um país de alegrias compartilhadas e portas abertas nos dias de festa campesina, de celebração religiosa, de folguedo popular.

E esse Peru que vibra, dança e brinda está te esperando. Não pense mais e faça com que sua viagem coincida com alguma dessas 10 festas que você nunca vai esquecer. Estamos te esperando para brindar!

1. Cusco: Inti Raymi

O Sol era o pai dos incas e a maior divindade do Tawantinsuyo, o vasto território do seu império. Durante seu domínio, a celebração mais grandiosa e solene era dedicada ao Tayta Inti, o pai Sol ou o senhor Sol em espanhol.

O Inti Raymi ou Festa do Sol era realizado no dia 21 de junho em vários cenários do Cusco pré-hispânico. A data coincidida com o solstício de inverno, o dia mais curto e a noite mais longa no hemisfério sul.

Carregada de misticismo e religiosidade, a festa expressava a conexão espiritual do homem andino com a natureza e, especialmente, com o Sol, que era adorado e respeitado como fonte de vida e energia.

O Inti Raymi também tinha um propósito político. Sua grandiosidade e nível de organização evidenciavam o poder do estado incaico aos olhos de seu povo e dos curacas aliados (autoridades indígenas) que eram convidados a Cusco.

Mas o Inti deixaria de brilhar no céu cusquenho com a chegada dos espanhóis. Eles proibiriam os cultos incas para impor a religião católica, com o objetivo de que os filhos do sol passassem a acreditar no Deus de seus conquistadores.

Os indígenas foram assimilando o catolicismo pouco a pouco, mas sem esquecer seus antigos deuses como Pachamama, as estrelas, o Sol, entre outros. Em 24 de junho de 1940, o Inti Raymi retornaria a Cusco depois de quase 500 anos de proibição, como parte de um processo de revalorização das raízes e do passado pré-hispânico do Peru.

Foi nesse contexto que historiadores e artistas andinos, como Faustino Espinoza Navarro, estabeleceram as bases da atual Festa do Sol.

Hoje, a maior celebração do Tawantinsuyo é muito mais do que uma atração turística. É memória, é recordação, é orgulho para os homens e mulheres que, além do passar dos séculos, sentem uma conexão especial com o tayta Inti e a mãe Terra.

2. Lima: Procissão do Señor de los Milagros

Em 1665, Lima, a capital do vice-reinado do Peru, foi abalada por um terrível terremoto. Naquele momento, o caos e a destruição, o medo e a desesperança tomaram conta dos habitantes da cidade fundada em 1535 por Francisco Pizarro.

Entre a desolação gerada pela tragédia, começou a circular um boato: na zona de Pachacamilla, uma parede na qual o escravo angolano Pedro Dalcón havia pintado uma imagem de Cristo crucificado, permanecia milagrosamente de pé.

A notícia despertou a fé e a curiosidade dos aflitos limeños, que começaram a visitar o Cristo de Pachacamilla. Essas peregrinações incomodaram as autoridades, que ordenaram a destruição da parede.

Essa ordem nunca foi cumprida devido a uma série de circunstâncias estranhas. A fama da imagem cresceu cada vez mais e se consolidou em 1687, quando a parede resistiu a outro violento terremoto.

Esse foi o início da devoção ao Senhor dos Milagres ou Cristo Moreno. Todos os anos em outubro, suas procissões reúnem centenas de milhares de fiéis nas ruas do Centro Histórico de Lima e de outros distritos da capital.

Fazer parte do “mar roxo” (pelo colorido dos hábitos dos seus fiéis) que acompanha o padroeiro de Lima, conversar com os irmãos e irmãs que carregam as andas ou cantam ao Senhor, e provar o tradicional turrón de doña Peña, o doce típico da procissão, é uma experiência que vai te comover.

Se você estiver em Lima em outubro, reserve um tempo para acompanhar a procissão do Senhor dos Milagres ou visitar a igreja e mosteiro das Nazarenas, onde está a imagem original.

3. Puno: Virgem de la Candelaria

Com chuva, sol ou frio, milhares de puneños rezam, dançam e fazem vibrar seus instrumentos musicais para festejar, agradecer e prestar culto à Virgem de Candelária, a mamacha (mamita) adorada do Altiplano peruano.

E são essas orações, danças e melodias musicais que conferem um caráter especial à Festa de Candelária, transformando-a em uma autêntica explosão de religiosidade e alegria, de identidade e integração entre aimarás, quechuas e mestiços.

Se você quer aproveitar uma festa popular, ver mais de 100 danças autóctones e dançar ao ritmo de uma tropa de sikuris (grupos de músicos que tocam zampoñas), não hesite mais: Puno te espera em fevereiro.

Estamos certos de que você não vai se arrepender ao sentir a energia e a paixão de uma celebração inscrita na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.

A imagem da Virgem de Candelária chegou a Puno — de Cádiz ou Sevilha — em 2 de fevereiro de 1583. Muito tempo depois, ocorreu um fato inexplicável e salvador que a tornaria a padroeira da cidade.

O que aconteceu? Em 1781, as forças rebeldes de Tupac Katari estavam prontas para tomar a cidade. Em desespero, os cidadãos de Puno buscaram ajuda divina e colocaram a imagem da virgem em procissão.

Foi então que ocorreu o inexplicável. Os rebeldes confundiram o desfile dos fiéis com a marcha marcial de um contingente de soldados espanhóis e desistiram de seus planos. Esse é o início de uma história que hoje é celebrada com procissões, música e dança.

4. Ica: Festa da Vindima

Entre março e abril começa a produção de vinhos e piscos em Ica, com a colheita das uvas nos lagares das adegas artesanais e industriais desta cidade, localizada a 304 quilômetros ao sul de Lima.

A história vitivinícola do vale de Ica remonta à segunda metade do século XVI, quando os espanhóis plantaram as primeiras videiras. Desde então, a colheita das uvas é motivo de celebração.

Atualmente, essa festa é vivida e sentida em toda a cidade. Em Ica, são realizados eventos culturais, desfiles, concursos, feiras gastronômicas, entre outras atividades recreativas que atraem turistas nacionais e estrangeiros.

Aproveite sua estadia para degustar o pisco — a bebida nacional do Peru — e a “trepadora” cachina, um vinho “jovem” e adocicado feito de mosto ligeiramente fermentado.

Mas tenha cuidado com o pisco — que tem entre 38 e 48 graus de álcool — e com a cachina, que, segundo os conhecedores de Ica, é traiçoeira porque “vai para a cabeça sem você perceber”.

5.Cusco: Senhor de Qoyllurit’i

Na primeira lua cheia após a celebração católica do Corpus Christi (maio ou junho), cerca de cem mil peregrinos dos povos e comunidades de Cusco seguem em direção ao santuário do Senhor de Qoyllurit’i, no nevado Sinakara.

Considerada a maior peregrinação religiosa dos Andes, os devotos do Senhor da Estrela de Neve (este é o significado em espanhol) se dividem em oito grupos ou “nações”. Estes correspondem aos seus povos de origem: Paucartambo, Quispicanchi, Canchis, Acomayo, Paruro, Tawantinsuyo, Anta e Urubamba.

Procissões com cruzes são levadas ao topo do Sinakara. Rituais de adoração aos primeiros raios de sol. Mais de cem danças que mostram a riqueza cultural de cada uma das “nações” fazem parte dessa peregrinação, onde se aplicam regras estritas de conduta e a comida é compartilhada entre todos os devotos.

A origem dessa festividade andina e cristã tem um nome: Mariano Mayta, um pastor das alturas que, segundo a lenda, teve um encontro com um menino mestiço que dizia ser Jesus, o filho de Deus, e pediu que construísse uma capela na montanha Sinakara.

Após várias aparições, uma imagem do menino Jesus foi encontrada no local chamado Qoyllurit’i. Ali foi construída a capela. Ali chegam homens e mulheres das “nações” cusquenhas.

Lá, também, impõem ordem os “ukukos”, “Pablitos” ou “Pabluchas”, os personagens principais da festa. Eles usam máscaras e vestimentas de lã de alpaca. Até alguns anos atrás, tinham a missão de levar blocos de gelo para seus povos.

Por todas essas características, a festividade do Senhor de Qoyllurit’i foi inscrita na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. Então, prepare-se e se agasalhe para se juntar a essa grande peregrinação andina.

6. Trujillo: Festival Internacional da Primavera

Em uma cidade que se orgulha de seu clima primaveril, a chegada dessa estação que antecede o verão é motivo de alegria. Isso é o que acontece em Trujillo, a encantadora capital da região de Libertad, no norte do Peru.

Foi em 1950 que surgiu a ideia de organizar um festival em homenagem à primavera, no final de setembro e início de outubro. A iniciativa foi proposta por Alberto Novoa, um dos membros do Clube de Leões da capital liberteña.

Desde então, aqueles que visitam Trujillo durante o festival são testemunhas e participantes de uma série de atividades artísticas e culturais nas quais predominam a tradição e a alegria, a música e a dança, especialmente a marinera norteña, a dança nacional do Peru.

Mas o momento culminante é o Grande Corso da Primavera, um vibrante desfile de carros alegóricos, comparsas, grupos de danças folclóricas e o aguardado desfile das bastoneras que, com seus sorrisos e movimentos rítmicos, conquistam o carinho dos espectadores. Você se anima a ser um deles?

7. Cusco: Mamacha Carmen de Paucartambo

Se há um lugar no Peru onde você deve estar entre os dias 15 e 18 de julho, esse lugar é Paucartambo. Esta província cusquenha, que é a porta de entrada para o Parque Nacional do Manu, se agita durante a festa da Virgem do Carmen, a festa da sua mamacha Carmen.

Durante a celebração, os paucartambinos demonstram sua fé em uma imagem que apareceu em sua terra no século XVIII e mostram por que sua província é considerada a “Capital Folclórica” de Cusco.

E é que neste pitoresco povoado de casinhas brancas e varandas azuis, a religiosidade se expressa através da dança. São 19 danças distintas que você verá durante a celebração, destacando-se os qhapaq qolla (do altiplano), os qhapaq chuncho (da selva) e os saqras (demônios), entre outras representações folclóricas.

A cor dos trajes e a exuberância das máscaras dos dançarinos vão te surpreender. Tanto que é muito provável que você queira levar uma como lembrança da sua experiência nas procissões, nos rituais — como a visita ao cemitério para honrar os dançarinos falecidos — e na espetacular Guerrilha.

Uma guerrilha em uma festa religiosa? Sim, isso acontece na praça principal na tarde do dia 17, quando os qhapaq chuncho e os qhapaq qolla se “enfrentam” para ficar com a virgem. Os primeiros são os vencedores, enquanto os derrotados são levados ao inferno pelos saqras.

Poderíamos te contar muitos outros detalhes sobre essa festa, mas adoraríamos que você os descobrisse em Paucartambo.

8. Cajamarca: Viva o Carnaval

Dizem os cajamarquinos que seu carnaval é a festa mais alegre do Peru. Verdade ou mentira, eles estão convencidos de que o entusiasmo, a alegria e a exuberância de suas comparsas e patrulhas são incomparáveis e altamente “contagiosos”.

A razão: quem chega a Cajamarca durante o carnaval (que ocorre em fevereiro ou março) se torna um fervoroso seguidor do Ño Carnavalón, a figura principal da festa que, segundo rumores que circulam pela cidade, vivia nas montanhas.

Representado como um ser antropomórfico, a lenda diz que o carismático personagem descia das montanhas durante o carnaval para animar as pessoas a dançar, cantar e aproveitar a vida, incentivando-as a esquecer os problemas e preocupações.

E é isso que acontece em Cajamarca — uma região e cidade na serra norte do Peru — onde o furor carnavalesco se expressa em batalhas de balões com água, banhos de tinta, desfiles de comparsas e patrulhas. Também nas picantes coplas, canções engenhosas e irônicas que são típicas da região.

Durante a festa mais alegre do Peru, são realizadas diversas atividades, como a entrada e o enterro do Ño Carnavalón, a escolha da Rainha do Carnaval, o desfile de comparsas, entre outras que te convencerão de que os cajamarquinos não estão mentindo.

9. Cusco: Corpus Christi

Na época incaica, os mallquis (múmias dos antecessores) eram conservados, protegidos e levados em procissão pelas ruas de Cusco. Era essa a tradição, uma tradição que foi proibida, mas aproveitada pelos conquistadores espanhóis.

Na sua ânsia de impor a fé católica entre os nativos, os mallquis foram substituídos pelas imagens de santos e virgens. Essa mudança seria a origem do Corpus Christi cusquenho, uma celebração multitudinária que expressa o sincretismo religioso nos Andes.

As procissões de 15 santos e virgens provenientes dos bairros da cidade e que se dirigem para passar a noite na Catedral são a essência do Corpus Christi, celebração que ocorre na quinta-feira seguinte à oitava de Pentecostes.

Os pesados andores dos padroeiros cusquenhos são carregados por numerosos fiéis. Seus rostos mostram o esforço e a fé, enquanto os músicos e dançarinos que acompanham as procissões dão um toque de alegria ao esplêndido desfile.

Mas a celebração vai além das orações. O Corpus Christi é acompanhado pelo sabor do chiri uchu (aji frio ou prato frio em português), um prato típico que combina em uma única receita ingredientes da costa, serra e selva do Peru.

10. Amazônia: San Juan Bautista

Nas cidades, vilarejos e comunidades da vasta, sugestiva e maravilhosa selva peruana, no dia 24 de junho de todos os anos se celebra com exuberante alegria a festa de São João, em honra ao santo que batizou Jesus no rio Jordão.

E, como na Amazônia há muitos rios, cachoeiras e cochas (lagos), os festeiros aproveitam a ocasião para se banhar, relaxar e se purificar nas suas águas. Essa é uma das principais tradições no dia de São João.

Não é a única. A queima de fogueiras e os tumbamontes ou yunzas são comuns durante a festa. Esta última tradição consiste em pendurar presentes em uma árvore, para que os devotos a “derrubem”. Eles esperam sua vez dançando em uma roda. Quem derrubar a árvore será o organizador da próxima yunza (festa).

Mas o símbolo distintivo são os deliciosos e substanciais juanes. Este clássico da gastronomia amazônica é preparado com arroz e galinha, ingredientes que são embrulhados em folhas de bijao (uma planta amazônica).

Tours ¡Gratis! en Perú

Reserva ahora nuestros free tours conducidos por guías profesionales, autorizados y expertos en Free tour Cusco, Free tour Lima y Free tour Arequipa, reservar es gratis.

Cusco: 12 ruas famosas cheias de mistério

De tanta amargura amorosa, o marquês vai acabar no hospital. Todos sabem que o dito cujo não é um anjinho, mas sua situação seria diferente se seu amigo almirante não o tivesse apresentado a Margarita, essa encrenqueira conhecida nas ruas de Cusco como “a Flor de Coca”.

Uma joia dessas que anda com uns tipos com cara de vagabundos, que ela apelidou de “seus sete diabinhos”, segundo contam e espalham aos quatro ventos suas bem informadas vizinhas, que estão alvoroçadas com o romance clandestino entre o marquês e a Margarita.

O que vem a seguir nessa história não vamos contar por um motivo simples: nosso passeio pelas ruas mais famosas de Cusco acabou, ruas incas, ruas coloniais, ruas pitorescas e talvez até cúmplices de amores e traições, cujos nomes nos tentaram a escrever o que você acabou de ler.

Será que nas ruas cusquenhas a imaginação se solta? Será que ao caminhar por elas a gente se inspira? Será que numa cidade com tanta história dá vontade de escrever ou criar nossas próprias histórias?

Se você quiser descobrir, aproveite sua visita a Cusco para explorar — com calma e mente aberta — essas 12 ruas que recomendamos. Quem sabe você acaba se sentindo como um marquês ou um almirante.

1. Rua Siete Angelitos

Costuma-se dizer que o bem e o mal são duas faces de uma mesma moeda; mas, no Centro Histórico de Cusco, a situação é diferente. Aqui, o bom e o mau, o sublime e o pérfido, acabam sendo duas ruas contíguas.

Tudo começou na época colonial, quando uma rua, famosa por ser o cenário de carícias apaixonadas e amores secretos, passou a ser chamada de Siete Diablitos, em clara referência aos sete pecados capitais.

A situação escandalosa fez com que Blas de Bobadilla, proprietário de uma casa na rua vizinha, mandasse pintar ícones religiosos em sua residência, incluindo a imagem de sete anjinhos. Seu objetivo era desanimar os amantes que se dirigiam para a “perdição” dos sete diablitos.

E, embora seja difícil saber se ele alcançou seu objetivo, o fato é que a rua acabou ficando com o nome de Siete Angelitos. No século passado, o prefeito de Cusco, Daniel Estrada Pérez, colocou neste cruzamento urbano entre o bem e o mal, um anjinho esculpido em pedra segurando o número sete.

Siete Angelitos é agora um ponto turístico, onde se entrelaçam a história colonial, as tradições locais e a reflexão moral. A pergunta é: em qual rua você gostaria de estar?

2. Rua do Marqués de Valleumbroso

De estilo colonial espanhol, esta rua foi traçada sobre um trecho do caminho inca. Seu nome faz referência a Diego de Esquival y Jaraba, o marquês de San Lorenzo de Valleumbroso, personagem ilustre que, em 1540, se estabeleceu em Cusco, cidade na qual ocupou cargos importantes e acumulou grande riqueza.

De Esquival y Jaraba ordenou a construção de uma mansão monumental que se tornaria a residência de sua família a partir de 1560. Com elementos arquitetônicos incas e espanhóis, esta residência foi, até o século XVIII, uma das maiores da cidade.

Na época republicana, a casa foi sede de várias instituições, desde o Sistema Nacional de Apoio à Mobilização Social (Sinamos) — um organismo criado no governo revolucionário do general Juan Velasco Alvarado — até a Escola de Belas Artes de Cusco.

A Rua do Marquês é conhecida por sua arquitetura colonial, seus balcões de madeira esculpida e seu pavimento de paralelepípedos. Ao caminhar por esta via, você encontrará lojas de artesanato, restaurantes, cafés e hotéis boutique. Sem dúvida, você vai adorar passear por aqui.

3. Rua Amargura

Una cuesta empinada, una cuesta tortuosa que los indígenas tenían que remontar una y otra vez, cargando las grandes piedras que serían utilizadas en las construcciones coloniales del Centro Histórico del Cusco

Pasos de explotación y de amargura que ocasionaron tragedias. Hombres que no resistían, se quebraban, se precipitaban por la cuesta. Ellos morían ante la indiferencia de quienes los obligaban a cargar esos bloques líticos.

Esa es la historia de la calle o cuesta de la Amargura, espacio urbano desde el que tendrás bonitas vistas de la ciudad y de los paisajes cercanos, un lugar que evoca momentos aciagos, pero que también es un recordatorio de la resistencia y la resiliencia del pueblo cusqueño.

Uma ladeira íngreme, uma ladeira tortuosa que os indígenas tinham que subir repetidamente, carregando as grandes pedras que seriam usadas nas construções coloniais do Centro Histórico de Cusco.

Passos de exploração e amargura que causaram tragédias. Homens que não suportavam, se quebravam, se precipitando pela ladeira. Eles morriam diante da indiferença daqueles que os obrigavam a carregar aqueles blocos de pedra.

Essa é a história da rua ou ladeira da Amargura, um espaço urbano a partir do qual você terá belas vistas da cidade e das paisagens ao redor, um lugar que evoca momentos sombrios, mas que também é um lembrete da resistência e resiliência do povo cusquenho.

4. Rua Resbalosa

Na época inca, esta rua íngreme e pavimentada fazia parte da rede viária do Tawantinsuyu, uma das mais impressionantes do planeta. Mas o que realmente vai chamar sua atenção é o seu nome em quéchua: Sikitakana.

Sua tradução para o espanhol é bem curiosa e descritiva: “te batem o traseiro”. A razão é que sua inclinação acentuada e superfície escorregadia colocavam em apuros mais de um caminhante, vários dos quais acabavam levando um belo tombo.

Por causa de tantas quedas, a rua passou a ser conhecida como Resbalosa, referindo-se ao seu passado; sim, seu passado, porque agora, a temida Sikitakana é uma via tranquila com hotéis e restaurantes. Ela leva ao mirante San Cristóbal e ao parque arqueológico de Saqsaywaman.

5. Rua Hospital

Não se surpreenda se não encontrar um hospital nesta rua, porque na verdade não há nenhum. Antigamente, nos séculos XVI e XVII, funcionava ali o Hospital de Naturales de Cusco, um hospital colonial que atendia exclusivamente a população indígena.

A primeira pedra para sua construção foi colocada em 27 de março de 1556 por ordem do Cabildo Municipal; mas, como nada é eterno, e ainda mais em um país sísmico como o Peru, o terremoto de 1650 causou graves danos na infraestrutura do hospital.

Em 1688, foi construída a Igreja de São Pedro sobre o terreno do hospital. Com estilo barroco andino, o templo está localizado na praça homônima e em frente ao famoso mercado de San Pedro. Aproveite sua visita para experimentar alguns dos pratos oferecidos neste centro de abastecimento.

6. Rua Garcilaso o de la Coca

Vários nomes para uma mesma rua. Primeiro, foi conhecida como Castillo, devido a uma família espanhola que residia na área. Em seguida, passou a ser chamada de rua dos Condenados, por causa da lenda dos “dois juramentos fatais” que conta um amor proibido no templo de São Francisco.

De acordo com a lenda — que deve ter alguma verdade —, foram colocadas duas cruzes de pedra na interseção das ruas da Coca e do Marquês, as quais foram posteriormente transferidas para a porta da igreja de São Francisco.

Em 1744, talvez para se livrar de um nome tão sombrio quanto Condenados, a rua passou a ser chamada Esquivel, em referência a um cidadão espanhol. Isso mudou em 1746, quando surgiu a denominação rua da Coca.

O nome vem de “a flor de coca”, o apelido com o qual era conhecida Margarita Ginés, que comprou uma casa nesta rua após se casar e enviuvar.

Atualmente, a rua é chamada Garcilaso em homenagem ao ilustre escritor mestiço Inca Garcilaso de la Vega (1539-1616), que nasceu neste local. Reconhecê-la é muito fácil, pois é a sede do Museu Histórico Regional de Cusco. Quando estiver lá, não deixe de visitá-lo. Vale a pena!

7. Rua Loreto

É uma das ruas mais antigas de Cusco. É uma via carregada de história que, na época pré-hispânica, unia o Amarucancha (a Casa da Grande Serpente) com o Acllawasi (a Casa das Escolhidas). É uma joia arqueológica devido ao imponente muro de pedra que foi o palácio do inca Huayna Capac.

Antes da chegada dos espanhóis, era chamada Intik’ijllu, o Beco do Sol. Foi durante a época colonial que passou a se chamar Loreto, em referência à capela de Nossa Senhora de Loreto que foi construída nesta rua.

Loreto é, sem dúvida, uma das ruas mais bonitas e representativas de Cusco, e você deve explorá-la várias vezes. Podemos garantir que, a cada ida e volta, você descobrirá um detalhe que ainda não tinha notado.

8. Rua Hatun Rumiyoc

Si quieres que tus pasos recorran un camino sagrado, explora la calle de la roca grande. Esta vía incaica conectaba centros ceremoniales y administrativos en aquellos tiempos en los que el Cusco era el ombligo del mundo andino.

En la Hatun Rumiyoc (la Calle de la Roca Grande) te impresionará el muro de piedra del que fuera el palacio de Inca Roca y la famosa piedra de los 12 ángulos, una magnífica muestra de la destreza y habilidad de los arquitectos prehispánicos.

Convertida en un símbolo de la ciudad y la cultura andina, la piedra atrae las miradas de todos los viajeros, por lo que hay que esperar y tener un poquito de paciencia para observarla a plenitud.

Aprovecha tu caminata para admirar las construcciones coloniales que se erigieron sobre los antiguos palacios de los hijos del Sol. Esa fusión de estilos es parte de la esencia del Cusco actual, del Cusco andino e hispano que es Patrimonio Cultural de la Humanidad.

Se você deseja percorrer um caminho sagrado, explore a rua da pedra grande. Esta via incaica conectava centros cerimoniais e administrativos nos tempos em que Cusco era o umbigo do mundo andino.

Na Hatun Rumiyoc (a Rua da Pedra Grande), você ficará impressionado com o muro de pedra que foi o palácio de Inca Roca e a famosa pedra dos 12 ângulos, uma magnífica demonstração da destreza e habilidade dos arquitetos pré-hispânicos.

Transformada em um símbolo da cidade e da cultura andina, a pedra atrai a atenção de todos os viajantes, então é preciso esperar e ter um pouquinho de paciência para observá-la em sua plenitude.

Aproveite sua caminhada para admirar as construções coloniais que foram erigidas sobre os antigos palácios dos filhos do Sol. Essa fusão de estilos é parte da essência do Cusco atual, do Cusco andino e hispano que é Patrimônio Cultural da Humanidade.

9. Cuesta del Almirante

Francisco Alderete Maldonado é o almirante que inspirou o nome desta ladeira cusquenha. E não é que o mencionado tenha sido um herói daqueles que aparecem nos livros de história. Seu maior mérito foi ter ordenado a construção de sua casa no século XVII.

Com sua fachada renascentista e seu espetacular muro incaico, a casa do Almirante é um exemplo notável da arquitetura colonial cusquenha, tanto que a ladeira acabou adotando o nome de sua construção mais representativa.

Com o passar dos anos e dos séculos, a residência colonial teve diversos usos. Foi sede do Arcebispado de Cusco e da Casa de Governo do Mariscal Andrés de Santa Cruz, o impulsionador da Confederação Peruano-Boliviana.

Hoje, seus ambientes são as salas do Museu Inka, que exibe uma importante coleção de cerâmicas, tecidos, ferramentas agrícolas, entre outras peças pré-incas e incas. A Ladeira do Almirante é um ponto turístico destacado em Cusco. Anote em sua agenda e deixe-se surpreender por sua relevância histórica, arquitetônica e cultural.

10. Rua Siete Diablitos

“Diabos!”… sete diabos perversos e travessos rondavam uma das ruas do Cusco colonial, causando pavor entre os moradores e visitantes. Isso é o que se dizia naqueles tempos. Isso é o que se conta até hoje, quando os viajantes perguntam o motivo de um nome tão infernal.

Durante sua visita, concentre-se em aproveitar a caminhada por esta rua estreita e pavimentada, além de admirar suas casas coloniais bem preservadas e cheias de mistério, várias das quais agora são lojas de artesanato, restaurantes e cafés.

A rua Siete Diablitos é um lugar popular que nos lembra a influência do folclore e da tradição oral na vida cotidiana dos cusquenhos.

11. Rua Choquechaka

Nos Andes, os incas traçaram uma enorme rede viária que unia as quatro regiões ou suyos de seu império. Com a chegada dos espanhóis, vários trechos do Qhapaq Ñan ou Grande Caminho se transformaram em ruas ou vias urbanas.

Esse é o caso de Choquechaka, um nome quéchua formado pelas palavras “chuqui” e “chaka”, que juntas significam “ponte de ouro ou de cobre”. No Cusco colonial, esse trecho do caminho inca foi renomeado como Almudena.

Quando o visitar, você vai notar suas casas coloniais e republicanas, destacando-se a casa de Choquechaka. Identifique-a pela sua numeração (366-384).

Mais do que uma rua, Choquechaka é agora um importante eixo turístico e comercial no Centro Histórico de Cusco.

12. Rua Tambo de Montero

Reuniões clandestinas e cerimônias religiosas secretas aconteciam em 1643 na hospedaria ou tambo do espanhol Pedro Montero de Espinosa. Os rumores que circulavam descreviam um grupo de judeus que profanava a fé católica de diversas maneiras, incluindo chicotadas em uma imagem de Cristo.

Diante dos crescentes rumores, as autoridades civis e eclesiásticas não se contentaram em apenas protestar. Elas agiram de forma implacável ao invadir, prender e confiscar os bens de Montero. Os supostos cúmplices tiveram sorte semelhante.

Os detidos, por ordem do corregidor enviado a Cusco pelo virrei Pedro de Toledo e Leyva, marquês de Mancera, foram transferidos para Lima, onde foram julgados pelo Tribunal do Santo Ofício, a temida Santa Inquisição.

A história da rua Tambo de Montero está marcada por essas reuniões. O que aconteceu nesses encontros clandestinos é, e continuará sendo, um mistério e uma intriga.

Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

A bandeira de Cusco: controvérsias

As sete cores do arco-íris se transformaram em uma bandeira e tremulam no céu de Cusco. Ao vê-la, muitos viajantes a confundem ou acreditam que é o emblema do orgulho LGBTQ+, o que desperta sua curiosidade para conhecer mais sobre este símbolo que gera controvérsia.

Entre a estranheza de alguns e a incompreensão de outros, o fundamental é compreender que, apesar das evidentes semelhanças, a bandeira cusquenha e a do orgulho LGBTQ+ representam identidades e lutas diferentes.

É importante lembrar que ambos os símbolos expressam a história e a herança de comunidades específicas, além de refletir seus valores, crenças e batalhas. Ambas as bandeiras têm um significado profundo e pessoal para quem as reconhece como próprias.

Compreender esse significado é essencial para promover a tolerância e a compreensão entre diferentes culturas e grupos de identidade.

Com esse objetivo em mente, este artigo ajudará você a distinguir a importância da bandeira de Cusco e a do movimento LGBTQ+. Seu reconhecimento pleno contribuirá para a promoção da diversidade e da inclusão em nossa sociedade globalizada.

Os incas tinham bandeiras?

Assim como outras culturas pré-colombianas, os filhos do Sol não tinham uma bandeira no sentido moderno da palavra. Nesta parte do mundo, os povos e civilizações criaram sistemas complexos de comunicação visual e simbologia.

María Rostworowski, historiadora e pesquisadora peruana, menciona que não existiam bandeiras no antigo Peru, mas que os incas tinham uma variedade de símbolos visuais para representar sua autoridade e identidade como império.

Os emblemas, estandartes e símbolos têxteis eram usados em cerimônias, rituais e batalhas para identificar as unidades militares ou representar a autoridade real.

A noção de uma bandeira no mundo andino, como entendemos hoje, surgiu com a chegada dos espanhóis e o desenvolvimento posterior dos estados-nação modernos.

Uma bandeira contemporânea

Era, até certo ponto, estranho que Cusco, uma cidade com raízes culturais tão profundas, não tivesse uma bandeira. A ausência de um símbolo que se tornasse um fator de integração e identidade foi a razão pela qual uma emissora de rádio convocou um concurso para criá-la em 1973.

A iniciativa foi recebida com entusiasmo pela audiência da rádio Tahuantinsuyo, ansiosa por ter uma bandeira que representasse a história e a identidade incaica de sua terra.

O design vencedor tinha sete faixas horizontais de tamanho igual com as cores do arco-íris, que representam a diversidade cultural e natural da cidade e do império fundado por Manco Capac e Mama Ocllo.

No dia 9 de junho de 1978, o prefeito Gilberto Muñiz Caparó a estabeleceu como a bandeira oficial de Cusco. Desde então, é usada em atos oficiais, cerimônias cívicas, festividades regionais e protestos sociais.

LGBTQ+: o outro arco-íris

Desenhos semelhantes, mas não idênticos e, para evitar confusão, ensinaremos como diferenciá-los:

Longe de Cusco, no dia 25 de junho de 1978, o artista americano e ativista gay Gilbert Baker criou a famosa bandeira que representa a diversidade e a inclusão da comunidade LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer).

Exibida pela primeira vez na Marcha do Orgulho de São Francisco, seu criador se inspirou no arco-íris, um fenômeno natural colorido, belo e universalmente reconhecível.

O design original tinha oito faixas de cores, que Baker atribuiu aos seguintes significados: rosa (sexo), vermelho (vida), laranja (cura), amarelo (sol), verde (natureza), turquesa (arte e magia), azul (serenidade) e violeta (espírito). Em 1979, as faixas rosa e turquesa foram removidas.

Mas, além do número de faixas, a bandeira é um símbolo reconhecível de solidariedade e apoio à luta pelos direitos da comunidade LGBTQ+, em um mundo que ainda discrimina, criminaliza e persegue pessoas com orientações sexuais e identidades de gênero diferentes.

Quais são as diferenças entre as duas bandeiras?

Desenhos semelhantes, mas não idênticos, e para evitar confusões, vamos te ensinar a diferenciá-los:

  • A bandeira cusquenha tem sete faixas horizontais de tamanho igual e cores vibrantes. Elas geralmente são dispostas assim: vermelho, laranja, amarelo, verde, celeste, azul escuro e violeta.
  • Desde 2021, a bandeira de Cusco inclui o Sol de Echenique, uma peça pré-hispânica que é o símbolo e o escudo da cidade.
  • A bandeira LGBTQ+ tem seis faixas horizontais. A ordem das cores é: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul claro e violeta. Embora existam variações no número e na ordem das faixas, o design básico é amplamente reconhecido como o símbolo da comunidade LGBTQ+.

A importância de reconhecer as bandeiras

  • Diferenciar as bandeiras permitirá que você entenda o significado e a importância de cada uma. Assim, você evitará mal-entendidos e mostrará sua consideração pelas comunidades que são representadas por ambos os símbolos.
  • Isso permitirá que você compreenda melhor o contexto em que são utilizadas e valorizem a importância que elas têm para os cusquenhos e a comunidade LGBTQ+.
  • Reconhecer a bandeira de Cusco e a bandeira LGBTQ+ favorece e promove a diversidade cultural, a inclusão, a tolerância e o respeito pela identidade sexual. Todos esses valores contribuem para criar uma sociedade mais justa e solidária.
Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

Cusco: 7 segredos da Praça de Armas

Deslumbrados pela beleza, a mística e o ambiente cosmopolita do coração histórico e urbano de Cusco, os viajantes concentram seus olhares na fonte de ferro fundido coroada pela imagem do inca, na fachada renascentista da Catedral e nos portais com seus arcos de pedra esculpida.

Eles também aproveitam a visita para comprar algumas artesanias, degustar um bom prato típico ou de comida internacional e, finalmente, sentar em um dos bancos para passar o tempo e, talvez, fazer amigos com quem compartilhar a experiência na antiga Huacaypata, como era chamada a atual Praça de Armas.

Mas esses não são todos os atrativos. A praça guarda alguns segredos e detalhes fascinantes que costumam ser ignorados. Convidamos você a descobrir essas curiosidades que o transportarão através do tempo e da história ancestral de Cusco.

1. A placa comemorativa a Tupac Amaru II


Em 1780 e 1781, o grito rebelde de Tupac Amaru II sacudiu as montanhas de Cusco e os alicerces do vice-reinado do Peru, que se estendia por grande parte do território sul-americano.

A ação do líder indígena, nascido em Surimana (província de Canas, Cusco) com o nome de José Gabriel Condorcanqui, começaria no dia 4 de novembro de 1780, na localidade de Tinta, com a captura do corregidor Antonio de Arriaga.

Após vários confrontos, o rebelde seria capturado no dia 6 de abril de 1781. Em maio, o visitador José Antonio de Arreche emitiria uma sentença condenatória contra Tupac Amaru II, sua esposa Micaela Bastidas e seus principais colaboradores.

A sentença seria cumprida no dia 18 de maio na Praça de Armas de Cusco. Naquele dia, os membros do líder foram amarrados às patas de quatro cavalos. Queriam esquartejá-lo, mas não conseguiram. Finalmente, o líder seria decapitado.

O suplício de Tupac Amaru II é lembrado na placa comemorativa que se encontra no paraninfo da Universidade Nacional San Antonio Abad de Cusco. É uma maneira de honrar um dos líderes mais importantes da resistência indígena na América Espanhola.

2. O relógio da Catedral

Quando você estiver em frente à Catedral, observe com atenção o relógio em sua fachada e verá que as horas estão representadas com números romanos. Repare no número quatro e você ficará surpreso.

No relógio da Catedral, o quatro romano não está escrito como IV. Sua grafia é diferente: IIII. Será que é um erro que ninguém teve coragem de corrigir por séculos?

A resposta é não. Sabe-se que nos primeiros relógios mecânicos, o número quatro era representado dessa maneira para manter a simetria visual. Essa é uma teoria. Outra sugere que um relojoeiro distraído cometeu um erro, o que gerou a ira de um rei que o mandou executar.

Após essa tragédia, seus colegas — em um gesto corajoso de rebeldia — começaram a colocar o IIII em todos os relógios que fabricavam.

3. A placa de Rodney Collin

Aqui deu sua vida Rodney Collin para projetar a harmonia, 3 de maio de 1956” é o que está escrito em uma placa no piso da nave esquerda da Catedral de Cusco.

Poucos a veem e, quem o faz, não sabe que Collin foi um pensador e escritor místico britânico, conhecido por seu interesse na filosofia esotérica e na sabedoria tradicional.

Seus escritos sobre o Quarto Caminho combinam psicologia, misticismo e desenvolvimento pessoal. Seu pensamento continua relevante nos círculos esotéricos e filosóficos.

A relação de Collin com Cusco teve um fim trágico. No dia 3 de maio de 1956, como indicado na placa, o místico britânico sofreu um ataque cardíaco e caiu do campanário da Catedral.

Esse foi o fim de uma vida dedicada à busca espiritual e ao estudo das ensinamentos místicos. Collin deixou à humanidade obras como “O Desenvolvimento da Luz” e “A Teoria da Influência Celestial”, que incluem textos sobre evolução espiritual, consciência e o propósito da vida humana.

4. O inca que foi um apache

Con o sin polémicas, el inca que representa a Manco Capac (primer gobernante) sigue en lo más alto de la pileta, siendo uno de los mayores atractivos de la plaza de Armas. No dejes de tomarle una foto y recordar esta historia cuando estés frente a él.

Um apache em vez de um inca na fonte ornamental da Praça de Armas. Difícil de acreditar e entender, mas é verdade. Isso aconteceu no século passado, quando o americano Albert Giesecke, reitor da Universidade Nacional San Antonio Abad de Cusco, adquiriu na Filadélfia a escultura de um índio norte-americano.

Há várias versões sobre esse fato, mas o inquestionável é que a escultura foi colocada sobre a fonte de ferro fundido de estilo republicano. Ela foi comprada da empresa americana Janes, Kirtland & Co e instalada no centro da praça em 1872, localização que mantém até hoje.

Não foi o caso do apache, que em 2011 foi “desalojado” pelo prefeito provincial de Cusco, Luis Flórez, que decidiu substituir o “intruso” norte-americano pela imagem de um inca que representasse as raízes históricas da cidade.

Sua decisão gerou polêmica e muitas discussões. As vozes contrárias alegavam que a mudança era um ataque ao patrimônio histórico e cultural da cidade. Outros viram a substituição como um ato de reivindicação e reconciliação histórica com as raízes andinas e as culturas pré-colombianas do antigo Peru.

Com ou sem polêmicas, o inca que representa Manco Capac (primeiro governante) continua no topo da fonte, sendo uma das maiores atrações da Praça de Armas. Não deixe de tirar uma foto e lembrar dessa história quando estiver diante dele.

5. Inscrição da fundação

Quando Cusco estava ameaçado pelas forças rebeldes de Manco Inca, Santiago Apóstolo desceu dos céus para lutar e apoiar os conquistadores.

O relato é semelhante ao que descreve o triunfo ibérico sobre os mouros e foi utilizado para justificar a expansão e a conquista espanhola do chamado Novo Mundo.

Atualmente, é difícil ler as duas inscrições que estão no templo de El Triunfo, na Catedral de Cusco, por isso, transcrevemos para você.

Na primeira inscrição, lê-se: “Neste lugar, galão, anos depois igreja, onde Maria Mãe de Deus pôs seus pés ostentando seu poder, fazendo deste local um céu e uma vitória feliz da batalha da conquista, surpreendendo um número incontável de índios, apagando o incêndio desses bárbaros, protegendo os espanhóis, plantando a fé e convertendo esses gentílicos, escolhendo como padroeira de seus triunfais altares, ano 1664.”

O texto da segunda inscrição é o seguinte: “Desse mesmo local foi visto sair o Patrono das Espanhas, Santiago Apóstolo, para derrubar os bárbaros em defesa da pregação evangélica e, atônita, a idolatria venerou o Raio, filho do Trovão, rendendo homenagem ao cetro hispânico em combate. Ano 1664.”

Inscrições de fé e conquista. Ajuda divina para consolidar a presença hispânica em Cusco incaico. Assim foi escrita a história de uma das cidades mais impactantes do mundo. Isso se tornará evidente quando você estiver aqui, percorrendo suas ruas e explorando sua Praça de Armas.

6: A cruz da Rua do Meio

Na interseção das praças de Armas e Regocijo, em uma rua que, por sua localização, é chamada de Rua do Meio, você verá uma cruz de pedra esculpida que se ergue sobre uma base robusta.

De origem colonial, este símbolo religioso tem uma história particular que aparece na obra Tradiciones cusqueñas de Clorinda Matto de Turner, uma figura fundamental da literatura feminina e indigenista no Peru.

O relato de Matto de Turner revela que o próspero comerciante Francisco Cartagena contava com a leal amizade e colaboração de Fermín Alarcón e sua esposa Maruja.

Sua confiança era tão profunda que, quando teve que se ausentar da cidade por motivos familiares, confiou todos os seus negócios e bens a Fermín.

O tempo passou e Francisco retornou a Cusco. Sua surpresa foi grande quando seu amigo o ignorou completamente. Desesperado, desafiou Fermín a negar perante Deus e em uma missa que ambos se conheciam.

Seu ex-amigo fez isso, desonrando seu juramento e tentando enganar Deus. Esse foi seu grande erro. A partir desse momento, a vida de Fermín foi se consumindo pouco a pouco, até que ele morreu tragicamente na esquina da Rua do Meio. Posteriormente, foi colocada a cruz que você verá em sua visita a Cusco.

Após a morte de seu esposo, Maruja, por temor ou arrependimento, devolveu todos os bens a Francisco. Esse foi o ato final de um capítulo sombrio marcado pela traição e a avareza, e, ao mesmo tempo, uma lição sobre a importância da lealdade e da honestidade.

7. A Casa do Portal de Carnes

Em 1950, a terra tremeu com fúria em Cusco. Após o sismo, uma antiga casa de três andares situada na interseção do Portal de Carnes com a Calle Suecia teve que ser demolida para facilitar o trânsito na Praça de Armas.

Não foi a única construção a passar por isso. O arco ao lado, que permitia o acesso de veículos motorizados, foi substituído por um arco de meio ponto e três arcos, que até hoje é a entrada para a Calle Suecia.

A fotografia que mostramos é da casa do Portal de Carnes, que originalmente era chamada de Portal do Comissário, pois era a residência do inquisidor maior. Posteriormente, foi renomeada como Portal de Carnes ou Portal de Sapatos.

Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

Cusco: 15 lugares mágicos no Valle Sagrado

Não existem pecados de viagem, mas se existissem, deixar de visitar o Vale Sagrado dos Incas seria um deles. E não um pecadinho venial, mas um pecado verdadeiramente grave, daqueles que só são perdoados com muita contrição e penitência.

E como é melhor prevenir do que remediar e o ideal é estar livre de pecados — até mesmo dos que não existem — vamos mostrar uma lista de 15 lugares mágicos que estão te esperando em um vale onde a história, a cultura e a tradição estão inseridas em uma paisagem de montanhas e picos nevados.

Regado pelas águas serpenteantes do rio Urubamba, no Vale Sagrado, a Mamapacha (Mãe Terra) é generosa e oferece seus melhores grãos e frutos, enquanto os Apus (as montanhas protetoras) se erguem como firmes guardiões dos homens e mulheres que trabalham no campo.

Rotas de aventura, mercados coloridos e zonas arqueológicas que revelam a importância da civilização incaica são apenas algumas das experiências de viagem que te livrarão do pecado e te permitirão desfrutar, relaxar, se conectar com a natureza e aprender mais sobre a cultura andina.

Isso é o que o Vale Sagrado te oferece. Isso é o que você conhecerá e viverá intensamente se seguir nossos conselhos.

1. Conhecer as terras agrícolas de Moray

Semear e colher, também experimentar. Isso é o que os incas faziam em Moray, onde você verá terraços circulares e escalonados — semelhantes a um grande anfiteatro — projetados com fins de pesquisa agrícola.

Como uma sociedade que respeitava a Mamapacha (Mãe Terra), os engenheiros andinos cultivavam diversas plantações nos terraços para aperfeiçoar suas técnicas agrícolas, além de avaliar a adaptação e o comportamento das plantas em diferentes altitudes e microclimas.

Moray, a 53 km de Cusco e a 3.385 mamsl não só te encantará com seus terraços agrícolas, mas também com seu entorno paisagístico, uma característica que se mantém em todo o vale.

2. Explorar a Cidade Inca Viva

Ollantaytambo: o povoado, as ruas estreitas, as casas de pedra, o parque arqueológico e o trem que anuncia sua partida para Machu Picchu. Estas são algumas das pinceladas turísticas da “Cidade Inca Viva”, como é chamado este canto montanhoso do Vale Sagrado.

Um destino vibrante que mantém seu traçado incaico. Aqui você se aproximará da cultura e dos costumes andinos. Também conhecerá uma das áreas arqueológicas melhor preservadas de Cusco. Há quem acredite que foi uma fortaleza, mas é bem provável que tenha sido um tambo (lugar de hospedagem).

Por sua localização estratégica (a 61 km de Cusco e a 2.792 mamsl), Ollantaytambo é uma parada estratégica para os viajantes que se dirigem a Machu Picchu por ferrovia ou pelo caminho inca.

3. Ir às compras no mercado de Pisac

Se você adora fazer compras, gosta de artesanato e quer conhecer os frutos da Mamapacha, precisa explorar o mercado ou feira popular de Pisac, onde se vende de tudo um pouco, onde se negocia e pechincha, e onde você se aproximará mais dos costumes e tradições andinas.

Colorido, animado e sempre fervilhante, no mercado você encontrará uma grande variedade de artesanatos (têxteis, cerâmicas, joias, esculturas de madeira, trabalhos em couro, etc.) e produtos agrícolas (batatas nativas, o milho gigante do Vale Sagrado, ollucos, favas e ervas e especiarias).

E não é só isso. Também são oferecidos insumos e produtos para realizar os tributos à terra e outros rituais andinos. Não contamos mais para que você fique de boca aberta no mercado, na zona arqueológica e no povoado de Pisac, localizado a 30 quilômetros de Cusco e a 2.972 mamsl.

4: Fotografar o vale de Taray

Antes ou depois de comprar de tudo um pouco no mercado de Pisac, visite o mirante de Taray, onde você poderá capturar excelentes vistas da cordilheira de Vilcabamba, do cânion do rio Urubamba e dos chamativos campos de cultivo do vale.

É isso que você verá deste mirante, ponto estratégico para fazer fotos magníficas da geografia de Cusco, respirar o ar revigorante das montanhas andinas e imaginar como teria sido este lugar na época incaica.

Localizado ao lado da estrada que liga Cusco a Pisac, em Taray você poderá adquirir diversas artesanias, caso tenha faltado comprar um souvenir na feira popular.

5. Experimentar o sal de Maras

Uma vila com casas coloniais com frontões esculpidos em pedra. Uma mina de sal com mais de quatro mil poças, dispostas em terraços escalonados que descem em direção ao vale. Dois em um em Maras, um destino singular a 41 km de Cusco e a 3.330 mamsl.

Uma combinação excelente. Da vila — com sua igreja virreinal, suas ruas de paralelepípedos e suas casas com frontões vistosos — até as salinas onde, desde tempos pré-hispânicos, é extraída a substância que dá sabor aos alimentos.

Aproveite sua visita para comprar e experimentar o excelente sal de Maras. Também há artesanatos e outros produtos fabricados com este mineral comestível.

6. Dirigir um quadriciclo em Maras

Se você quer acessar lugares impossíveis para veículos convencionais. Se deseja explorar áreas remotas e pouco transitadas. Se quer experimentar a adrenalina em caminhos sinuosos, trilhas íngremes e zonas rochosas… Ouse dirigir um quadriciclo em Maras!

Rodeado por paisagens naturais e culturais impressionantes, Maras é o cenário perfeito para empreender uma travessia de quadriciclo. Ao volante, você viverá momentos carregados de emoção e adrenalina em um dos melhores lugares do Vale Sagrado dos Incas.

7. Aprender a trabalhar a terra

Compartilhar, conversar, aprender. Anime-se a viver sua travessia no Vale Sagrado de uma maneira diferente, então, você semeará o campo com técnicas ancestrais e participará de rituais de agradecimento à terra e às montanhas. Sim, você será mais um comunero que respeita e conserva as tradições e costumes andinos.

O turismo experiencial permitirá que você se conecte de uma maneira única com os habitantes do vale. Esse contato proporcionará uma perspectiva diferente do estilo de vida dos homens e mulheres que trabalham no campo, assim como faziam seus pais e avós.

Além disso, tenha em mente que o turismo experiencial beneficia diretamente os habitantes locais, melhorando sua economia, promovendo o desenvolvimento sustentável e destacando a importância de sua cultura.

8. Prestar tributo à Mamapacha

Nas alturas e nos vales andinos, os descendentes dos povos pré-hispânicos mantêm sua relação de respeito e carinho com o sol, a terra, a água e as montanhas.

Essa relação se expressa e manifesta através de cerimônias e rituais de profundo significado. Eles são parte integral da cosmovisão andina e permitem conectar-se com a natureza, para agradecer à terra por seus frutos ou pedir proteção às montanhas.

Os tributos à terra são chamados de «pagos» ou «pagapus», embora essa denominação seja discutida porque a cerimônia não é uma transação comercial.

A Mamapacha não cobra nem exige remuneração para produzir. Isso é sabido pelos comuneros que a honram e agradecem com coração, fé e esperança. Eles preparam oferendas com produtos agrícolas, doces e outros alimentos que enterram em um buraco.

Enquanto o fazem, pronunciam orações em quechua, fumam um cigarro sem filtro, mastigam folhas de coca e brindam com rum ou aguardente. Você pode estar lá, com eles, aprendendo e homenageando a terra. Você verá que é uma experiência intensa, mística e telúrica.

9. Pedalar em um caminho de terra

Nem de carro nem a pé, melhor uma escapadinha de bicicleta para explorar a fundo os caminhos rurais do Vale Sagrado dos Incas.

Pedalar por trilhas sem asfalto que contornam campos de cultivo. Reduzir a marcha para cumprimentar os homens e mulheres que trabalham a terra ou parar em uma vila tradicional para recuperar as energias são parte de uma travessia que se complementa com vistas espetaculares das montanhas, do rio e dos andenes pré-hispânicos (terras agrícolas nas encostas).

Toda uma aventura que deixará recordações inesquecíveis. Um verdadeiro desafio que você deve enfrentar com responsabilidade e cautela, para que aproveite ao máximo suas férias em Cusco.

10. Provar a gastronomia do vale

Prepare-se para desfrutar de uma festa de sabores e boa culinária nos restaurantes do Vale Sagrado dos Incas, onde as cozinhas se abastecem com os exquisitos e variados produtos agrícolas cultivados nesta terra abençoada, fértil e pródiga.

Batatas nativas, quinoa, milho e uma diversidade de frutas são alguns dos ingredientes andinos utilizados pelas cozinheiras que aprenderam sua arte em fogões familiares e pelos chefs que aperfeiçoaram suas técnicas em refinadas escolas, para preparar delícias que respeitam as tradições ou propostas ousadas que têm sabor de fusão.

Não perca a oportunidade de descobrir a comida do vale. Seja em um mercado ou em um grande restaurante, seu paladar ficará profundamente grato. Tão grato que você vai querer experimentar mais um prato.

11. Conhecer a arte têxtil de Chinchero

A igreja colonial, o parque arqueológico e o mercado artesanal são a tríade turística de Chinchero, distrito localizado a 30 quilômetros de Cusco e a 3.754 mamsl.

O templo é do século XVII e foi erguido sobre o palácio do inca Tupac Yupanqui, o parque arqueológico conserva andenes, terraços e adoratórios; e, no mercado artesanal, são produzidas, exibidas e comercializadas lindas peças de arte têxtil.

No mercado e nas lojas artesanais, você aprenderá sobre o processo de produção, verá demonstrações ao vivo de tecelagem em tear, entenderá o significado da iconografia utilizada e ouvirá histórias fascinantes sobre este distrito.

Após toda essa vivência e aprendizado, você compreenderá a importância da arte têxtil. Perceberá que é um trabalho que envolve constância e criatividade e valorizará o esforço dos tecelões para melhorar sua economia e manter o legado de seus antecessores.

Se você gostar de um suéter, um xale, uma bolsa ou qualquer outro produto, tente comprá-lo. Ao fazê-lo, você estará apoiando os artesãos locais e suas famílias, além de contribuir para manter viva a tradição têxtil andina.

12. Fazer rafting no Urubamba

O rio, as corredeiras, a emoção, a aventura. A adrenalina no máximo. O impacto da água. A voz do guia que ordena remar; mas, você está cansado… Não importa! Você tem que continuar. Não pode falhar com seus companheiros. Todos juntos. Todos unidos para se manter à tona e continuar navegando no Urubamba.

E você não precisa ser um expert com os remos. O Urubamba tem diferentes seções para a prática do rafting. Desde áreas moderadas até corredeiras vertiginosas que são um verdadeiro desafio. Você escolhe de acordo com sua experiência e habilidade nos rios.

Durante o seu descenso, você verá construções incas nas colinas próximas e vilarejos tradicionais nas margens do rio. Essa combinação de aventura, paisagens espetaculares e imagens culturais adiciona uma dose extra de emoção à sua travessia.

Antes de partir, certifique-se de contratar um operador com guias experientes e conhecedores do rio. Lembre-se de que a segurança é o mais importante nas atividades de adrenalina.

13. Relaxar nas termas de Lares

Imagine terminar um dia glorioso no Vale Sagrado dos Incas em águas termais que ajudarão a aliviar o cansaço e, de quebra, rejuvenecerão sua pele. Parece bom?… Então, torne isso realidade no distrito de Lares, a 98 quilômetros de Cusco e a 3.171 mamsl.

As águas termais de Lares contêm cálcio e magnésio, minerais que ajudam a atenuar dores musculares e articulares, além de melhorar a circulação sanguínea.

Outra de suas propriedades é a de limpar e revitalizar a pele, deixando-a suave, macia e rejuvenescida. Assim, além de relaxar, você voltará a Cusco com uma tez radiante e saudável.

14. Caminhar para Machu Picchu

Embora seja exagerado afirmar que todos os caminhos levam à maior obra arquitetônica dos incas, o que pode ser dito com verdade é que mais de uma trilha te conduzirá a Machu Picchu, uma das novas sete maravilhas do mundo.

A rota mais conhecida e desejada pelos caminhantes é o Caminho Inca para Machu Picchu. Uma via histórica. Um trecho a pé de beleza indescritível. Um percurso de 42 quilômetros entre montanhas e construções de pedra. Uma aventura de quatro dias que ficará gravada na sua memória.

A recompensa pelo seu esforço será entrar em Machu Picchu pela Inti Punku (Porta do Sol). Ao cruzá-la, você perceberá que cada passo, cada gota de suor, cada respiração ofegante nos abras (os pontos mais altos da rota), cada noite de sono leve nos acampamentos, foram vivências perfeitas, justas e necessárias.

Se não puder seguir pelo Caminho Inca (lembre-se de que os lugares são limitados), você terá outras opções longas e exigentes, como as rotas Salkantay-Machu Picchu e Choquequirao-Machu Picchu.

Se procurar um percurso mais curto, caminhe de Aguas Calientes (a vila onde o trem te deixará) até Machu Picchu. Também é possível caminhar a partir da área conhecida como Hidroelétrica. Ambas as rotas são feitas em questão de horas.

15. Aprender mais sobre Machu Picchu em um museu

Se você deseja ter uma compreensão mais aprofundada da llaqta (cidade) incaica, precisa visitar o Museu de Sítio Manuel Chávez Ballón. Suas salas oferecem, por meio de exibições multimídia, painéis informativos e peças arqueológicas, uma perspectiva histórica de Machu Picchu e da civilização incaica.

Se desejar, um guia experiente poderá acompanhá-lo durante o passeio. Ele ajudará a contextualizar melhor o que você está vendo e suas contribuições enriquecerão seu conhecimento sobre o Peru pré-hispânico.

O museu está localizado na altura da antiga ponte Ruinas, na estrada que liga a vila de Aguas Calientes à área arqueológica. Visite-o para encerrar da melhor forma suas férias no Vale Sagrado dos Incas.

Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.

Maras: um salar na montanha

En um vale onde os campos são verdes e as montanhas se destacam no céu azul, existe um lugar que rompe com essa paisagem dos sonhos. É uma ruptura abrupta, talvez inesperada, quase inexplicável à primeira vista.

O que são essas terrazas escalonadas e essas poças inundadas? O que fazem aqueles homens armados com pás e sacos? São perguntas que você fará ao chegar nas salinas de Maras, uma das atrações mais estranhas e singulares do Vale Sagrado dos Incas, em Cusco.

Aqui não há cidades nem fortalezas construídas com pedras gigantescas. Também não há andenes agrícolas “esculpidos” nas colinas nem caminhos pré-hispânicos que levam a zonas arqueológicas que revelam a grandeza dos incas.

Em Maras, há sal, muito sal proveniente de uma fonte subterrânea rica em minerais. Suas águas fluem em milhares de poças ou “piscinas” construídas em terrazas escalonadas na encosta da montanha Qoripujio.

São mais de quatro mil e todas têm tamanhos e formas diferentes. Nesse “enxame” de poças, os moradores locais coletam de maneira artesanal grandes quantidades de sal. Eles não são os primeiros. A extração desse mineral remonta à época pré-hispânica.

O sal rosa de Maras é apreciado por sua qualidade e pureza. Sua comercialização é uma importante fonte de renda para os habitantes locais, que você verá trabalhando arduamente enquanto percorre as terrazas que quebram a paisagem do vale, criando um cenário impressionante que vai te deixar absorto.

Onde ficam as salinas?

Ao norte de Cusco e a menos de 50 quilômetros da antiga capital inca, estão as salinas de Maras (província de Urubamba). Sua proximidade facilita o acesso e a visita às poças. A distância não é uma desculpa. Você precisa visitá-las!

A origem do sal

Nos Andes, sempre há uma lenda que explica a origem das coisas. No caso de Maras, conta-se que as águas salgadas da nascente são as lágrimas de fúria e impotência de Ayar Cachi. Ele foi encerrado em uma caverna por seus irmãos para impedir que se tornasse um dos fundadores de Cusco.

A lenda dos irmãos Ayar explica o surgimento da cultura inca. Ela relata que quatro irmãos e suas esposas receberam a missão de fundar um império. Juntos saíram para cumprir as ordens de seu pai, o Sol, mas o grupo foi diminuindo devido a desentendimentos entre eles.

Esse é o origen lendário de Maras. O outro, o origen científico, revela que o finíssimo sal rosa provém de depósitos subterrâneos formados pela evaporação de antigos mares e lagos.

Os depósitos de sal foram elevados à superfície por processos geológicos, junto com as nascentes existentes na região. Se a isso adicionarmos o clima seco e ensolarado do vale, temos as condições ideais para a cristalização do sal.

Na época pré-hispânica, foram construídos andenes nas encostas das montanhas próximas para aproveitar a água salgada das nascentes. Eles permanecem até hoje, porque a tristeza de Ayar Cachi parece ser eterna.

Propriedades do sal de Maras

Cem por cento natural e com alto teor de minerais. Esse é o “segredo” do sal rosa de Maras, que, por sua qualidade incomparável, é muito valorizado na gastronomia, na aromaterapia e na indústria alimentícia.

Quanto à sua composição, o sal extraído desde tempos imemoriais nas poças de Maras contém cálcio, magnésio, potássio e zinco, entre outros elementos muito benéficos para a saúde óssea.

Devido ao seu baixo teor de sódio — menor do que o da sal refinado comum — é uma boa alternativa para pessoas com problemas de pressão alta.

Com uma textura suave e um leve sabor adocicado, o sal de Maras é produzido de forma tradicional, sem o uso de aditivos ou processos químicos, sendo uma opção natural frente aos produtos similares disponíveis no mercado.

Como chegar às salinas?

Maras: un salar en la montaña

Visitar os andenes de sal não é uma missão impossível nem uma aventura reservada para exploradores experientes. Muito pelo contrário. Desde Cusco, é fácil chegar ao povoado e às salinas de Maras de transporte público, táxi ou com um operador turístico confiável e responsável.

  • De transporte público: Vá até a rua Pavitos para pegar os ônibus para Urubamba pela rota de Chinchero. Tenha em mente que não há transporte direto de Cusco para Maras. Desça no ramal para Maras e pegue um táxi até as salinas de Maras. Você também encontrará mototáxis. Tempo de viagem: Cusco-ramal de Maras, 1h15m (10 soles por pessoa) / Ramal de Maras-Salinas de Maras: 30m (7 a 12 soles por pessoa). Lembre-se de que a cidade de Maras e as salinas são locais diferentes. A distância entre os dois é de 5 km.
  • De táxi: Se você busca mais conforto e tranquilidade, contrate um transporte privado (táxi). Combine a tarifa com o motorista antes de iniciar o serviço e, se necessário, peça para ele te esperar ou te buscar. Tenha em mente que o custo será bem maior do que o transporte público. O preço varia entre 120 e 150 soles (só ida).
  • Em tour: Em Cusco, há muitas agências de viagens que oferecem passeios em grupo ou privados pelo Vale Sagrado dos Incas. Esses passeios incluem Maras e outros destinos de grande interesse. É uma excelente alternativa se você prefere uma experiência completa, segura e planejada.

Quanto custa a entrada?

Antes de partir, toma nota del horario de visita: lunes a domingo de 7:00 a las 17:00 horas.

Ao planejar sua excursão, tenha em mente que Maras não está incluído no Boleto Turístico de Cusco. O ticket de ingresso para as salinas tem um custo diferenciado: 20 soles para turistas estrangeiros e 15 soles para visitantes peruanos.

As tarifas são definidas pela Marasal, uma empresa privada formada pelas comunidades de Maras Ayllu e Pichingoto. Os lucros obtidos com a comercialização do sal e as atividades turísticas são repartidos entre 633 famílias.

Antes de partir, anote o horário de visita: de segunda a domingo, das 7:00 às 17:00 horas.

Atrações próximas

Trilhas de aventura

Se você gosta de caminhar, aproveite sua visita para explorar os atraentes trilhos rurais próximos às poças de sal. Durante sua caminhada, você será acompanhado pelas paisagens deslumbrantes do Vale Sagrado.

Visitar Moray

Se você busca uma experiência mais intensa, siga em direção a Moray, as impressionantes terrazas cultiváveis em forma de espiral ou anfiteatro onde os incas realizavam pesquisas agrícolas. Para acessar esse atrativo, é necessário o Boleto Turístico de Cusco (o custo varia conforme o tipo de ingresso adquirido e se o viajante é peruano ou estrangeiro).

Visitar Chinchero

Ao retornar a Cusco, faça uma parada turística em Chinchero para conhecer sua igreja colonial, erigida sobre o palácio do inca Tupac Yupanqui, e explorar seu mercado, onde você aprenderá sobre a arte têxtil e terá a oportunidade de adquirir uma extraordinária variedade de artesanatos.

Dicas de viagem

  • O clima em Cusco é imprevisível e às vezes até traiçoeiro. Sempre leve roupas de abrigo, um impermeável e protetor solar.
  • Nas áreas de altitude, é muito importante manter-se hidratado. Não se esqueça de levar uma boa quantidade de água, especialmente se você planeja caminhar.
  • Proteja seus pés com calçados confortáveis e resistentes. Prefira usar tênis ou botas de trilha, pois oferecem maior estabilidade.
  • Respeite o ambiente natural e as práticas culturais locais. Não jogue lixo, siga as orientações dos habitantes locais e minimize seu impacto no meio ambiente.
Free Walking Tours Peru

Reserve agora nossos free tours conduzidos por guias profissionais, autorizados e especializados em Free tour Cusco, Free tour Lima e Free tour Arequipa, a reserva é gratuita.