
Um vale, um cânion, várias aldeias rurais. O rio, a profundidade, as montanhas com suas encostas transformadas em terraços. O mirante, a cruz e o voo do condor. Os vestígios arqueológicos, as igrejas coloniais, as festas religiosas. As vivências, os costumes, as tradições dos cabanas e collaguas.
Imagens do Colca, o vale alto, o cânion profundo, o destino turístico que desperta o interesse dos viajantes que chegam a Arequipa. Está perto? É fácil chegar? Posso ir e voltar no mesmo dia? São as perguntas que eles fazem repetidamente, são as dúvidas que nós responderemos neste artigo.
Queremos que você conheça Chivay, Cabanaconde, Yanque, Maca e as outras aldeias da província de Caylloma, que explore um dos cânions mais profundos do mundo (3200 a 3400 metros), que observe o voo dos condors e descubra as raízes históricas de um vale que mantém sua essência ancestral.
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Cânion e História
Há milhares de anos, grupos de caçadores e coletores nômades transitavam pelas alturas e profundidades do vale e do cânion, em busca de alimentos para garantir sua subsistência. Pouco a pouco, eles foram se organizando e aprenderam a cultivar a terra, então, sua forma de vida mudou.
De nômades a sedentários. De coletores a agricultores. Esse foi o início. Essa foi a semente da civilização que começaria a germinar aproximadamente desde o ano 6000 a.C., no vale do rio Colca e nos territórios da atual província de Caylloma (região Arequipa).

História em Transformação. Milênios e séculos de florescimentos e declínios. Nesse processo social e cultural destacam-se os cabanas —que afirmavam ter vindo do vulcão Hualca Hualca— e os collaguas, de origem aimara. Eles se estabeleceram no Colca por volta de 900 a.C.
Ambos os grupos dominavam a criação de auquénidos. Com a fibra das lhamas e alpacas, teciam as roupas que usavam, enquanto a carne servia de alimento. Nesse período, começaram a “esculpir” os andenes ou terraços cultiváveis que ainda hoje são preservados. Seu desenvolvimento e aperfeiçoamento são atribuídos aos collaguas.
Mas a história pré-hispânica no vale não termina aí. Como ocorreria em grande parte dos Andes, os incas expandiriam seus domínios para o profundo cânion arequipeño; mas, além de sua presença e seu legado arqueológico, os colqueños se identificam como orgulhosos descendentes dos cabanas e collaguas.
Como Chegar ao Colca?
Por terra, sempre por via terrestre. Essa é a chave para chegar ao vale e ao cânion do Colca, destino que se encontra na província de Caylloma. O principal acesso a esse paraíso da profundidade é Chivay, a capital provincial localizada a cerca de 160 quilômetros de Arequipa. A viagem dura de 3 a 4 horas.
Por ser um atrativo turístico nacional e internacional, várias empresas de transporte público cobrem as rotas em diversos horários. Portanto, você não terá nenhum problema para conhecer um dos cânions mais profundos do planeta.
De Arequipa a Chivay
Os ônibus saem do Terminal Terrestre de Arequipa (Avenida Arturo Ibáñez #130, distrito Jacobo Hunter). Os horários são variados, incluindo itinerários de madrugada para que você chegue cedo em Chivay. Lembre-se de que na alta temporada (junho-agosto) a demanda aumenta. Recomendamos comprar seus bilhetes com antecedência.
- De Chivay à Cruz do Condor: Para visitar um dos principais atrativos do cânion, recomendamos contratar um táxi em Chivay. A viagem até o famoso mirante dura cerca de uma hora. Negocie o preço antes de embarcar.
E se eu fizer um tour?
Em Arequipa, você encontrará vários operadores locais que oferecem diversos itinerários para o cânion e o vale do Colca. Desde saídas de um dia em transporte público até tours privados de várias jornadas com conexão para Puno e o lago Titicaca.
Se você optar por um tour, sua única preocupação será aproveitar ao máximo a viagem. O operador cuida de todo o resto. No caso dos passeios com transporte privado, o itinerário inclui paradas estratégicas na Reserva Nacional de Salinas y Aguada Blanca e no Mirante dos Vulcões, no abra Patapampa.
Os Caminhos do Colca
O Colca convida você a caminhar e explorar. Percorrer os trilhos que serpenteiam pelas chacras, montanhas e paredes do cânion é uma experiência que permitirá que você conheça esse destino fascinante sob uma nova perspectiva.
Se você quiser caminhar, aqui estão as rotas mais populares:

- Cabanaconde–Sangalle–Cabanaconde: é conhecida pela diversidade de seus paisagens. Começa em Cabanaconde e desce até as margens do rio Colca (San Juan de Chuccho), para depois subir até Tapay e voltar a descer até o oásis de Sangalle. A partir deste ponto, inicia-se o retorno a Cabanaconde (subida). A rota pode ser feita em um ou vários dias.
- Cruz do Condor–San Juan de Chuccho–Cabanaconde: inicia-se no famoso mirante onde se observa o voo do condor e, após uma longa descida, chega-se a San Juan de Chuccho, nas profundezas do cânion do Colca. O caminho é fabuloso, mas extenuante. O retorno é uma longa e desafiadora subida.
- Cabanaconde–Cruz do Condor: é a rota mais conhecida. Parte de Cabanaconde e, depois de passar pelos povoados de Malata, Tapay e Canocota, termina no famoso mirante da Cruz do Condor. A partir deste ponto, você pode retornar de carro ou ônibus para Chivay.
O que visitar no Colca?
Há tanto para ver, conhecer e aproveitar no vale e no cânion que às vezes é difícil decidir quais lugares visitar. Para facilitar sua escolha, aqui está uma lista dos atrativos mais populares e impressionantes.

- Mirante da Cruz do Condor: É o atrativo que você deve visitar de qualquer forma. Desde essa atalaia natural, à beira de uma das paredes do cânion, você poderá observar o voo diário dos condors, a ave mitológica da cosmovisão andina. Enquanto espera a aparição do Vultur gryphus (esse é seu nome científico), contemple com atenção o magnífico panorama que o mirante oferece. Recomendamos ir pela manhã.
- Mirante de Achachihua: Menos conhecido que a Cruz do Condor, oferece vistas espetaculares do cânion. É perfeito se você está procurando um lugar tranquilo para admirar a impactante geografia deste destino arequipeño.
- Vale das Maravilhas: Os andenes ou terraços agrícolas “esculpidos” nas encostas das montanhas em tempos pré-hispânicos acrescentam beleza ao vale do Colca. Vê-los das áreas mais altas é muito mais que um deleite e percorrer seus caminhos se torna uma experiência que nutre o espírito do viajante.
- Oásis de Sangalle: Não é um miragem, embora possa parecer uma. Esse lugar, nas profundezas do cânion, aparece como um milagre para os caminhantes que descem durante horas para relaxar em suas piscinas termais após um dia de trekking.
- Cabanaconde: É o maior povoado do vale após Chivay. Orgulhosos descendentes dos cabanas, a agricultura é a principal atividade de seus habitantes, sendo o milho seu produto emblemático. Esse destino, onde se destaca a igreja colonial San Pedro de Alcântara e as mulheres mantêm seus vistosos trajes tradicionais, é o ponto de partida e chegada de várias rotas de trilhas.
- Banhos de La Calera: Nos arredores do povoado de Chivay, esse complexo termal é ideal para relaxar após um dia intenso de aventuras no vale e no cânion.
- Igrejas Coloniais: A presença espanhola no vale é claramente evidenciada nos templos de todos os povoados do Colca. Devido à sua arquitetura, antiguidade e ao arte religioso que preservam, sempre é uma boa decisão visitá-los. Entre as casas de Deus, destacam-se Santa Ana de Maca, a Puríssima Concepción de Lari e a Imaculada Concepción de Yanque.
Dicas para Viajar

- Sem Chuvas. De maio a outubro (temporada seca) é a melhor época para visitar o Colca, pois as precipitações são escassas.
- Cuidado com o Soroche. Os povoados do vale estão a mais de 3000 m acima do nível do mar, portanto, é uma excelente ideia aclimatar-se na cidade de Arequipa (2.300 mamsl) para evitar o mal de altitude.
- Preparado e Equipado. Na sua mala ou mochila não deve faltar roupa quente (jaquetas, luvas, gorros, cachecóis), um chapéu ou boné, tênis e botas de trilha, um impermeável e, se possível, até uns bons binóculos.
- A Caminhar. Se o seu objetivo é explorar as trilhas do Colca, leve botas e bastões de trekking, uma mochila confortável, lanterna e garrafas de água. Uma barraca e um saco de dormir são boas alternativas.
- À Mão. Mantenha sempre perto de você o passaporte e o documento de identidade.
- Melhor Prevenir. Reserve sua hospedagem e outros serviços com antecedência, especialmente na alta temporada (junho-agosto).
- Em Dinheiro. Embora cartões sejam aceitos em muitos estabelecimentos turísticos do vale, você terá que fazer pagamentos em dinheiro e em soles. Um conselho: evite notas de alta denominação, pois são difíceis de trocar.
- Bom Apetite. Leve alguns lanches e alimentos energéticos para manter o ânimo em alta durante suas excursões.
- Comunicação. Certifique-se de ter um telefone móvel com cobertura na região. Verifique se tem carga suficiente para realizar chamadas em caso de emergência.
- Proteja o Colca. Respeite o meio ambiente e a cultura local. É a melhor maneira de preservar este destino.
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