Lima: guia completa do Centro Histórico

Se fosse preciso escolher apenas um espaço urbano para visitar na capital peruana, esse lugar seria o Centro Histórico. Declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, o centro antigo da “vila três vezes coroada” é um refúgio do passado, onde cada passo te conduz à Lima fundacional, à Lima do período colonial.

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Solares, igrejas e conventos coloniais formam o centro antigo de um destino que é história e tradição, que é memória e evocação, que é arte e cultura. Aqui, cada praça, cada rua ou travessa, cada fachada barroca, neoclássica e até gótica tem algo a te mostrar, algo a te contar.

O Centro Histórico é o começo, a origem, a gênese da metrópole que hoje abriga mais de 10 milhões de pessoas. Tudo começou em 18 de janeiro de 1535, quando Francisco Pizarro fundou e traçou o desenho original da Cidade dos Reis, na atual Plaza de Armas, ou Plaza Mayor.

De acordo com as ordenanças da época, o conquistador planejou a nascente vila em forma de tabuleiro ou quadra militar. Esse traçado incluía a chamada área murada de Lima (até o século XVII a cidade foi cercada por uma muralha) e o distrito do Rímac. Ambos os setores eram separados pelo curso do rio Rímac, o “rio falante”, em espanhol.

O crescimento urbano ficou restrito ao “tabuleiro de Pizarro” até o século XVIII, quando as muralhas que protegiam o centro foram demolidas. Foi então que Lima começou a se expandir — uma expansão que ainda não terminou. A capital peruana não para de crescer e de “se afastar” do seu Centro Histórico, o lugar que você deve visitar hoje, amanhã… Sempre!


Patrimônio peruano, patrimônio da humanidade

“O Centro Histórico de Lima é testemunha do desenvolvimento arquitetônico e urbano de uma cidade colonial espanhola de grande importância política, econômica e cultural na América Latina”, afirma-se ao explicar uma das razões pelas quais a Unesco declarou o Centro Histórico como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1988.

Segundo a Unesco, o centro “representa uma expressão notável de um processo cultural regional, preservando seus valores arquitetônicos, tecnológicos, tipológicos, estéticos, históricos e urbanos, adaptados à disponibilidade de materiais, ao clima, aos terremotos e às necessidades da sociedade”.

Hoje, a essência do Centro Histórico de Lima “permanece intacta, pois conserva em grande parte as características originais do seu traçado urbano fundacional, em forma de tabuleiro, assim como da zona de expansão dos séculos XVI ao XIX, incluindo antigos caminhos pré-hispânicos em direção ao norte (Chinchaysuyo) e ao leste (Antisuyo)”.

Por seu imenso valor monumental, as 277,99 hectares do Centro Histórico, compartilhadas entre o Cercado de Lima e o distrito do Rímac, são protegidas por diversas normas legais. Sua gestão e administração estão sob responsabilidade da prefeitura metropolitana e do município do Rímac.

Essas são algumas das razões que transformam o centro fundacional em uma espécie de museu a céu aberto, onde todas as ruas, praças e varandas (um elemento recorrente na cidade) têm uma relevância histórica para os limeños, para os peruanos e, em última instância, para toda a humanidade.


O que fazer no Centro de Lima?

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Caminhar pelo centro, parando diante de seus principais atrativos, enquanto escuta as explicações de um guia local credenciado e conhecedor da história de sua cidade, é uma experiência que você pode viver gratuitamente em Lima com os nossos free tours.

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Esperamos por você em Lima para mostrar o melhor do centro antigo. Ao final do passeio, não se esqueça de reconhecer o trabalho e o conhecimento do seu guia local com uma gorjeta. Isso permitirá que ele continue compartilhando a história da sua cidade com os estrangeiros que chegam ao coração fundacional da capital do Peru.

Nota para peruanos: os free tours são exclusivos para o turismo receptivo. Se você é peruano, reserve conosco o city tour por Lima. Você vai adorar!


Passeie pela Plaza de Armas

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Visite, caminhe e aproveite o espaço urbano onde começou a ser escrita a história colonial e republicana de Lima. Cercada por construções imponentes como a Catedral, os Palácios de Governo (Casa de Pizarro) e Municipal, e a Casa do Oidor, entre outros, a Plaza de Armas ou Plaza Mayor foi, é e continuará sendo o centro dessa vila hispânica que se transformou em uma metrópole de todas as culturas.


Caminhe pelo Jirón de la Unión

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“O Peru é Lima, Lima é o Jirón de la Unión”, escreveu Abraham Valdelomar no século XX. Muito mudou desde então, mas essa via de pedestres ainda mantém sua importância simbólica: ela conecta a cidade colonial (Plaza de Armas) com a cidade republicana (Plaza San Martín).

Antes da independência, essa artéria era conhecida como “calle de los Mercaderes”. No século XIX, ganhou seu nome atual, sem perder o caráter comercial — algo que você notará ao percorrê-la. Durante sua visita, preste atenção na Igreja de Nossa Senhora da Mercê e no antigo edifício Palais Concert.


Atrás do Palácio do Governo e às margens do rio Rímac, está localizada uma alameda que leva o nome de María Isabel Granda y Larco, mais conhecida como Chabuca Grandacélebre cantora e compositora de músicas peruanas como La flor de la canela, El puente de los Suspiros e José Antonio.

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Muito visitada pelos limeños, a Alameda Chabuca Granda é o lugar perfeito para saborear delícias típicas da gastronomia de Lima, como os picarones e anticuchos. Além disso, você poderá curtir apresentações artísticas de rua, incluindo os famosos comediantes ambulantes. A entrada é gratuita.


Coma em um chifa no Bairro Chinês

Pedir um lomo saltado ou um arroz chaufa em um dos chifas da rua Capón, no Bairro Chinês, é homenagear o encontro de culturas e a fusão de sabores que enriqueceram a culinária limeña desde a era colonial. Naquela época, ingredientes pré-hispânicos começaram a se misturar com os produtos trazidos pelos espanhóis.
A partir de meados do século XIX, o Peru recebeu milhares de imigrantes chineses. Sem todos os ingredientes de sua terra natal, os cozinheiros adaptaram suas receitas usando produtos locais — e assim nasceu a fusão culinária que deu origem aos chifas (como são chamados os restaurantes sino-peruanos).

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Foi ali que nasceram pratos icônicos como o arroz chaufa e o lomo saltado, ambos preparados no wok, a tradicional frigideira oriental. Aproveite sua visita para experimentá-los no bairro onde tudo começou — o sabor será especial.


Explore as catacumbas de San Francisco

Cerca de 36 mil pessoas encontraram seu “descanso eterno” nas catacumbas do convento e igreja de San Francisco. Considerado o cemitério mais antigo da cidade, suas criptas têm 10 metros de profundidade e seus cinco túmulos são interligados por túneis estreitos e baixos.

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O costume de enterrar os mortos em galerias subterrâneas dos templos surgiu nos primeiros tempos do cristianismo, quando os fiéis eram perseguidos. Escuras e misteriosas, há quem diga que seus túneis conectam a Catedral, a Casa de Pizarro (Palácio do Governo) e até a fortaleza Real Felipe, no Callao.


Conheça a Casa Aliaga

É uma das residências mais antigas do Centro Histórico de Lima. Um de seus maiores encantos é que os atuais proprietários são descendentes diretos do primeiro morador: o capitão espanhol Jerónimo de Aliaga y Ramírez, que acompanhou Francisco Pizarro na conquista do Peru. 

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Tão antiga quanto a própria cidade, foi construída originalmente com adobe e quincha. Como Lima está em uma zona sísmica, a casa precisou ser remodelada ao longo do tempo. Hoje, é uma joia arquitetônica com 18 ambientes, destacando-se o Salão Dourado, em estilo barroco. Fica no Jirón de la Unión, bem perto da Plaza de Armas.


Percorra a “casa” dos santos peruanos

Os claustros do convento de Santo Domingo abrigaram Santa Rosa de Lima e São Martín de Porres, dois dos cinco santos peruanos. Todos eles viveram durante o período vice-real, entre 1570 e 1660, demonstrando a religiosidade e a fé que prevaleciam naquela época.

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Santa Rosa de Lima (1586–1617) foi canonizada pelo papa Clemente X em 1671, sendo a primeira santa da América. Em 1669, Isabel Flores de Oliva (esse era seu nome de batismo) foi proclamada padroeira de Lima. Um ano depois, foi declarada padroeira do Novo Mundo e das Filipinas.

São Martín de Porres (1579–1639) foi o primeiro mulato americano a ser canonizado. Acredita-se que ele possuía o dom de estar em dois lugares ao mesmo tempo (bilocação) e de curar doenças com ervas, por isso é considerado padroeiro dos farmacêuticos. O papa João XXIII o canonizou em 1962.


Descubra o monumento a Taulichusco

No passadiço Santa Rosa, ao lado do Palácio Municipal, há um monólito que homenageia Taulichusco, o Velho — o curaca inca que administrava o vale do Rímac quando Francisco Pizarro e seus homens chegaram ao território onde hoje fica Lima, a capital do Peru. A pedra comemorativa foi colocada em 1985 pelo então prefeito Alfonso Barrantes.

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Admire as varandas do Centro Histórico

Lima, a cidade das varandas. Sempre que andar pelo Centro Histórico, lembre-se de olhar para o alto para observá-las. Há muitas e de diferentes estilos nas construções coloniais. Entre as mais impressionantes estão as do Palácio Torre Tagle e as da Casa de Osambela.

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Embora as varandas sejam de origem árabe, seu uso foi proibido na Espanha após a expulsão dos mouros. Mas essa lei foi ignorada em Lima. Na jovem cidade, continuaram sendo construídas em palácios e casarões, sem imaginar que se tornariam um dos grandes símbolos da capital peruana.


O que fazer à noite?

As noites têm um charme especial na Lima histórica. Não apenas porque seus monumentos ganham outra aparência sob a luz da lua e da iluminação pública, mas também porque suas ruas escondem vários cantinhos perfeitos para brindar e curtir um bom momento.

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Um ótimo ponto de partida para o seu passeio noturno — e talvez até madrugador — é o bar Cordano, um dos mais tradicionais da cidade. Próximo ao Palácio do Governo, é famoso por suas butifarras e tacus tacus com bife. Também pelos coquetéis feitos com pisco, a bebida nacional do Peru. Visite-o cedo: ele fecha às 20 horas.

Se quiser explorar os sabores desse famoso destilado de uva peruano, experimente um pisco sour no bar do Hotel Maury, considerado um dos berços desse coquetel. Outro lugar imperdível é o bar do Gran Hotel Bolívar, na Plaza San Martín. Lá, peça uma “catedral” de pisco sour ou um bom chilcano.

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Nos arredores da praça há outros lugares animados, como o célebre e popular Queirolo — um bar e restaurante que oferece vários pratos e uma ampla seleção de piscos e vinhos. Também merecem destaque o Estadio FC, com temática de futebol, e o Rincón Cervecero, onde a estrela da casa é a cerveja artesanal.


Recomendações na hora de comer

Se você está procurando restaurantes turísticos, visite o Passadiço Santa Rosa (acesso pela Plaza de Armas). Nesse cantinho tranquilo do Centro Histórico, você encontrará mais de um bom lugar para saborear pratos crioulos e internacionais. Os preços variam entre 40 e 70 soles (10 a 20 USD).

Se você quer economizar e participa do nosso free tour, o seu guia — grande conhecedor da cidade — vai recomendar um restaurante que, além de ter um preço acessível, oferece comida deliciosa e em porções generosas que vão te deixar satisfeito. O custo varia entre 10 e 15 soles (3 a 5 USD).


Como chegar ao Centro Histórico de Lima?

Saindo de Miraflores:

  • Primeira opção: Pegue um táxi de aplicativo (Uber, Cabify, InDrive ou Yango) ou um táxi de rua (neste caso, tenha cuidado e escolha um motorista que te passe confiança). O valor do serviço varia entre 15 e 20 soles (5 a 7 USD).
  • Segunda opção: Pegue os ônibus da linha C do Metropolitano em qualquer estação de Miraflores (se estiver perto do Parque Central, vá até a estação Ricardo Palma). Desça na estação Jirón de la Unión e depois caminhe até seu destino. O custo é de 3,20 soles. Lembre-se de que é necessário ter um cartão para acessar o ônibus, o qual pode ser adquirido nos guichês de controle.
  • Terceira opção: Nosso free tour é a forma mais segura, confiável e divertida de chegar ao Centro Histórico saindo de Miraflores.

Saindo de Barranco:

  • Pela proximidade com Miraflores, as formas de chegar ao Centro Histórico desde Barranco são muito parecidas. Do bairro boêmio de Lima, você pode se deslocar até o centro antigo de táxi ou utilizando o Metropolitano. Caso decida se juntar ao nosso free tour, combinamos de te encontrar em Miraflores.
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